Presos durante a Operação "Baby Shark" em Apucarana, três chefes da quadrilha "Tropa do Tubarão" foram transferidos para uma penitenciária federal de segurança máxima. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (25) pelo delegado-adjunto da 17ª Subdivisão Policial (SDP), André Garcia, e pelo delegado-operacional Ricardo Monteiro de Toledo. Veja o vídeo abaixo
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A operação "Baby Shark" foi deflagrada em 29 de agosto deste ano pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR), sob coordenação da 17ª SDP. Ao todo, 54 pessoas foram presas na oportunidade, incluindo os líderes do grupo criminoso e gerentes do tráfico.
A quadrilha movimentou pelo menos R$ 17 milhões com o tráfico de drogas apenas via PIX. O valor, no entanto, pode ser até duas vezes maior contando com o dinheiro em espécie, segundo as investigações. A organização criminosa atuava há mais de dez anos, de forma estruturada, com a finalidade de praticar diversos crimes, incluindo homicídios.
Segundo o delegado André Garcia, os três líderes do grupo Tropa do Tubarão foram transferidos de presídios estaduais para o sistema federal, dois nesta segunda-feira (25) e um já no último domingo (24).
"Essa organização foi completamente desmantelada. Todos os integrantes foram identificados e presos. Foram cumpridos diversos mandados de busca e apreensão", disse André Garcia, que concedeu coletiva ao lado do delegado Ricardo Monteiro.
Segundo o delegado-ajunto, um dos presos foi transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande (MS). Os demais não tiveram o presídio informado. Os presos citados pelo delegado são os dois irmãos que foram presos em agosto apontados como líderes da Tropa do Tubarão e o terceiro um gerente da quadrilha.
"É um passo bastante importante, não só para a investigação, mas também para a segurança pública de Apucarana e da região como um todo. Estando nesse estabelecimento penitenciário (se segurança máxima), eles certamente ficarão incomunicáveis, o que dificulta muito o ressurgimento dessa organização criminosa. Nós sabemos que eles estão tentando voltar ao controle do tráfico de drogas na região do Jardim Colonial, mas não estão conseguindo", diz André Garcia.
LEILÃO DE BENS
Segundo o delegado Ricardo Monteiro de Toledo, a Justiça também determinou alienação antecipada dos bens apreendidos durante a Operação Baby Shark. Com isso, os veículos e imóveis de luxo sequestrados vão para leilão.
"Foram identificados pelo menos nove veículos que eram utilizados por diversos membros dessa organização criminosa. Esses veículos foram adquiridos com dinheiro do tráfico de drogas e avaliados em aproximadamente R$ 470 mil. Esses valores vão ficar em uma conta judicial aguardando trânsito em julgado da sentença condenatória desses indivíduos e, posteriormente, uma parte considerável desse valor vai ser direcionado para a Polícia Civil para aquisição de equipamentos de tecnologias para o combate ao tráfico de drogas", disse.
O delegado afirmou que o Poder Judiciário também determinou a alienação de quatro imóveis de luxo dos integrantes da quadrilha. "Esses imóveis não estavam em nome dessas lideranças. Eles mantinham esses imóveis em nome de terceiros, no intuito de que não fossem alcançados pela Justiça, mas o trabalho da Polícia Civil conseguiu demonstrar que esses imóveis eram deles e que foram adquiridos com dinheiro do tráfico de drogas", explicou.
Ele acredita que as penas desses líderes do Grupo Tropa do Tubarão podem chegar a 30 e 40 anos de prisão. "O foco da Polícia Civil atualmente é justamente atacar o braço financeiro dessas organizações criminosas. Nós sabemos que somente atacando a parte financeira é que nós conseguiremos realmente eliminar essas organizações criminosas e pôr um ponto final na atuação delas", completou.
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