Após a confirmação de pelo menos 04 mortes por febre maculosa no estado de São Paulo, um alerta se acendeu em todo o Brasil para a doença, que ainda é pouco conhecida. A doença de alta letalidade é transmitida pelo carrapato-estrela, bastante comum em áreas rurais e locais com incidência de animais. Em Apucarana, a dúvida é sobre a relação do carrapato com as capivaras, abundantes em toda a cidade, principalmente na região do Lago Jaboti e Parque da Raposa.
A secretaria de Meio Ambiente de Apucarana informou que não há motivos para preocupação da população em relação à frequência nos parques Jaboti e Raposa, em função das capivaras que vivem ali. Segundo o secretário responsável pela pasta, Gentil Pereira, existe a prática do uso de carrapaticidas periodicamente nos locais.
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“Sempre tivemos esse cuidado, tanto no Jaboti quanto no da Raposa, de monitorar os locais por onde as capivaras circulam e aplicar os carrapaticidas. Agora, ainda mais, devemos intensificar o uso, em uma maior área de abrangência, portanto, há segurança para a população frequentar os locais tranquilamente”, explicou o secretário.
De acordo com o biólogo Fernando Felippe, o carrapato-estrela é hospedeiro de diversos mamíferos. A incidência em capivaras é maior porque elas andam em bandos.
“No Jaboti, por exemplo, temos mais de 50 capivaras, então, é normal que se tenha mais carrapatos no local, pela quantidade de animais”, disse.
O biólogo explica ainda que o carrapato transmissor da febre maculosa é igual ao mosquito da dengue: ele só transmite se estiver contaminado, se não estiver, não transmite.
“A transmissão da febre maculosa ocorre somente por meio do contato com o carrapato infectado pela bactéria do gênero Rickettsia. Sempre digo que o maior perigo de se aproximar da capivara, não é um ataque, mas sim, ter contato com o carrapato que pode transmitir a doença”, argumentou.
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SINTOMAS E TRATAMENTO
Segundo o médico Odarlone Orente, a febre maculosa não é transmitida diretamente de pessoa a pessoa e nem pelo contato com animais infectados. Ele salienta que só se infecta através da picada do carrapato previamente infectado.
“A doença provoca uma infecção febril aguda causada por uma bactéria (Rickettsia rickettsii) que o carrapato adquire ao se alimentar de um animal infectado, e posteriormente transmite ao ser humano através da picada na pele. Os sintomas duram em média uma semana após a picada e consistem em febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, falta de apetite, desanimo. Podem aparecer manchas vermelhas no corpo inclusive na sola dos pés e palmas das mãos”, explicou o médico.
Segundo o profissional da Saúde, os principais fatores de risco para contrair a doença é caminhar sem proteção em área rural ou arborizada e onde a doença é comum. Conviver com animais que podem ser portadores também traz riscos.
“Recomendo aumentar a vigilância quando estiver em área endêmica ou de forte exposição a carrapatos, usar roupas compridas quando nestes locais, usar carrapaticida nos animais domésticos e manter a grama aparada para que se visualize o carrapato e permita a passagem do sol sobre eles”.
Ainda não existe vacina para a doença, mas um tratamento eficaz deve ser imposto o mais rápido possível, em caso de suspeita da doença.
“Por ser parecida com outras doenças comuns, se você teve exposição de risco (áreas endêmicas, animais, foi picado por carrapato), deve procurar sua unidade de saúde e seu médico o mais breve possível”, recomenda o médico.