A 16ª Regional de Saúde (RS) confirmou nesta quinta-feira (25) que o paciente de 57 anos, de Apucarana, no Norte do Paraná, que contraiu a febre do oropouche, morreu em15 de abril. O órgão agora investiga o caso para confirmar a causa do óbito. (Assista entrevista abaixo)
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O diagnóstico foi confirmado pela Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS), após “teste sentinela” junto ao Laboratório Central do Estado (Lacen), que é periodicamente utilizado em amostragens de sangue de pacientes. Agora, o Paraná soma seis registros da doença. Este seria o primeiro óbito.
“A causa morte deste paciente ainda está sendo investigada, portanto não há como confirmar se ele foi vítima da febre do oropouche”, informa o secretário da saúde de Apucarana, Emídio Bachiega.
De acordo com Bachiega, o que se sabe até agora é que o paciente era representante comercial autônomo e viajava com frequência para o estado de Santa Catarina. “Ele, inclusive, retornou de uma dessas viagens no dia 11 de abril, 4 dias antes de buscar atendimento médico no Lagoão. Com esses dados existe a probabilidade do caso ser importado, ou seja, a doença não foi contraída em Apucarana”, pondera Bachiega.
Na manhã desta quinta-feira (25), uma reunião na 16ª Regional de Saúde de Apucarana discutiu as providências que serão tomadas. O chefe da 16ª RS, Marcos Costa, afirmou que a regional iniciou agora uma investigação para confirmar se ele realmente morreu em virtude da febre do oropouche ou de outra doença. A primeira informação, segundo ele, é de que o homem não tinha comorbidades.
“Estamos fazendo a investigação desse óbito para verificar se a causa foi realmente ouropouche. Por isso, esta reunião de hoje (quinta-feira), com técnicos da regional e do município. Ele esteve em Santa Catarina. Essa doença tradicionalmente do Norte do País, Amazonas, Roraima e Pará, onde está mais focada. Porém, nós temos cinco casos já confirmados no Paraná, todos importados. Então, estamos agora partindo para a investigação para verificar se ele esteve realmente em viagem ou não”, disse.
Ele é morador de Apucarana e tem vínculos com Califórnia, onde foi sepultado. O nome do paciente não foi divulgado.
Ele apresentou sintomas típicos de arboviroses, levando os profissionais de saúde a suspeitarem de dengue. Contudo, exames mais detalhados revelaram a presença do vírus da febre oropouche em seu organismo.
O resultado positivo de um paciente, suspeito de ter contraído dengue, foi confirmado na quarta-feira (24) pelo Lacen.
Após a morte do paciente, a Autarquia de Saúd anunciou que irá destacar uma equipe para tentar identificar na cidade o mosquito transmissor da doença.
"Foi definido o início imediato do trabalho de uma equipe de 14 agentes de saúde para identificar a presença do mosquito causador da doença na cidade, em especial na região onde o paciente que contraiu a febre oropouche residia. O trabalho é realizado de casa em casa, vistoriando os quintais das residências”, informou o secretário de Saúde, Emidio Bachiega nesta quinta-feira (25).
O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor da febre do oropouche. No entanto, o mosquito Culex quinquefasciatus, que são os pernilongos, também conhecidos como muriçocas, também pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
O que é
A febre oropouche, transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, é uma doença febril aguda com sintomas semelhantes aos da dengue, tornando o diagnóstico preciso essencial para o tratamento adequado e o controle da disseminação.
Casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial.
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
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