Apucarana é uma das 100 melhores cidade do Brasil para envelhecer. É o que aponta pesquisa elaborada pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. A “cidade alta” ocupa a 61ª colocação, segundo o estudo. Na lista das 100 cidades grandes, aparecem oito paranaenses. São elas: Curitiba (12º), Maringá (49º), Cambé (51º), Londrina (54º), Apucarana (61º), Umuarama (71º), Cascavel (77º), Pinhais (89º).
Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que pelo menos 31 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais. Isso representa quase 15% da população residente no país. De acordo com o mesmo órgão, 1,8 milhão deles moram no Paraná.
O aumento da expectativa de vida da população mundial e a diminuição da taxa de natalidade e mortalidade contribuem para que o envelhecimento da população cresça. Pensar em cidades projetadas para esse tipo de público é cada vez mais necessário. O índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, elaborado pelo Instituto de Longevidade, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, aponta para indicadores gerais necessários para garantir a qualidade de vida do idoso. São eles: cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação, trabalho e cultura, engajamento e clima agradável.
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De acordo com o Engenheiro Civil e Conselheiro da Câmara de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), José Roberto Hoffmann, políticas públicas devem ser pensadas e estudadas para atender essa demanda cada vez mais crescente. Em princípio, com mudanças na legislação, principalmente, no Código de Obras do município.
“Existem alguns projetos que já foram colocados no papel, mas nunca saíram disso. Em Londrina, por exemplo, na época em que fui presidente da Cohab, projetamos um condomínio para idosos que tinha uma série de fatores interessantes para facilitar e melhorar a vida das pessoas idosas”, conta.
Entre os requisitos importantes de uma habitação para o idosos estão o relevo do terreno, instalações internas adaptadas, como banheiros com barras de apoio, botões do pânico para emergências e portaria com recursos humanos para situações de urgência.
“As torneiras, pias e os chuveiros precisam ter reguladores na altura do tronco, por exemplo. As portas são mais largas, possibilitando o giro de cadeira de rodas e terreno plano, sem escadas”, acrescenta.
Segundo ele, câmeras internas na residência podem ser úteis para situações pontuais.
“Dispositivos do tipo câmeras de vídeo, podem ser instalados em todos os espaços da residência e que estes possam ser acionados através botões de pânico em situações de emergência, alertando para a situação um porteiro treinado, que providenciará socorro. Sabemos que muitos idosos vivem sozinhos, são vulneráveis, têm problemas de saúde e podem passar mal. Todos esses recursos são importantes, previnem acidentes e podem salvar a vida de uma pessoa”, aponta o Engenheiro.
Infraestrutura urbana
As vias públicas das cidades, em geral, não atendem às necessidades do público idoso. Itens como declive, pavimentação das calçadas, sinalização horizontal de rampas e rampas de meio-fio são básicos.
“A mesma restrição em relação à mobilidade que um cadeirante tem, o idoso também. Sabemos que as cidades deixam muito a desejar quando o assunto é acessibilidade. Infelizmente, esse público acaba invisibilizado”, afirma.
Ainda conforme ele, os semáforos poderiam ser ajustados para atender os idosos, com tempo de passagem de pedestre maior que o usual e botões específicos.
“Um idoso precisa de mais tempo para atravessar a rua do que um adulto ou jovem. O ideal é que esse tempo seja estendido e que ele tenha tranquilidade para ir e vir. Poderia haver um sinal amarelo piscante junto com o vermelho, por exemplo, que alertasse o motorista da necessidade de parada. Porém, penso que não é só uma questão de mudanças estruturais, mas culturais”, afirmou.
Colaborou Crea-PR.