Os ovos de galinha estão em média até 35,74% mais caros em alguns estabelecimentos de Apucarana. O produto, que costumava ser uma opção para substituir a carne vermelha, sofreu aumento de custo com a alta no preço dos insumos e a grande demanda provocada pela quaresma.
De acordo com o comerciante Rafael Ribeiro Felix, o preço atual do produto é resultado de três aumentos gradativos entre os meses de fevereiro e março. No estabelecimento dele a dúzia do ovo pequeno custava R$ 8 em janeiro deste ano, R$ 0,66 a unidade, valor que subiu para R$ 10 a dúzia, R$ 1,2 a unidade.
“Foram três aumentos gradativos, um por semana, entre os meses de fevereiro e março. Eu não sei explicar o que motivou o reajuste, se algum insumo está mais caro. Só sei que os clientes notaram o aumento”, comenta.
Proprietário de uma conveniência que revende ovos, Wellington Pereira, diz que um dos motivos na alta do preço é o período de quaresma, quando o consumo aumenta e os preços costumam acompanhar. “Muitas pessoas nesses 45 dias não consomem carne e nem bebidas alcoólicas. E quem não come peixe substitui pelo ovo de galinha. E quando aumenta a demanda, aumenta o preço”, comenta.
Segundo ele, em fevereiro a bandeja com 30 ovos custavam R$ 18 e hoje a mesma quantidade custa R$ 22, uma alta de R$ 4.
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Em outra revenda de Apucarana ouvida pela reportagem, a bandeja com 30 unidades do tipo jumbo é vendida a R$ 20 e o ovo extra R$ 17. O funcionário, que não quis se identificar, explicou que foram dois reajustes recentes e o último não foi repassado pela empresa que distribui o produto.
“Antes eles deixavam duas bandejas de bonificação para repor os ovos que eventualmente quebram, seja no transporte ou no manuseio pelos próprios clientes que ficam escolhendo as bandejas e acabam quebrando alguns ovos. Após o reajuste eles não dão mais essa bonificação”, comenta.
Alta nos insumos
Segundo o economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) campus Apucarana, o ovo de galinha acumula aumento médio de 26,6%, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), no preço de atacado.
Entre os fatores responsáveis pela alta está o encarecimento no custo da produção. “Tanto o milho quanto o farelo de soja estão mais caros. Este é um período de entressafra desses componentes alimentares, as granjas passam por forte aumento de seus custos, o que tende a fortemente impactar fortemente no preço deste produto”, explica.
O outro motivo apontado pelo economista é a quaresma, período quando tradicionalmente consome-se mais ovos, em função da procura por proteínas, por conta da restrição ao consumo da carne vermelha. “Com isso a demanda por esse produto aumenta, significativamente nessa época do ano, o que tende a impactar fortemente em seus preços levando o consumidor a retrair se em seu consumo, ou buscar sua substituição conforme suas preferências”, analisa.
Por Cindy Santos