Alexandre de Moraes deve decidir futuro de apucaranenses presos

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 12/01/2023
Presos saíram da PF e foram levados para Papuda e Colmeia

Os apucaranenses presos em Brasília por conta dos ataques ocorridos na Praça dos Três Poderes no último domingo (8) ainda não passaram pela audiência de custódia até o início da tarde desta quinta-feira (12). A estimativa é de que 40 moradores da cidade estejam detidos na Capital Federal após participação na manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acabou em destruição das instalações do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto.

O advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa 12 apucaranenses presos, além de três moradores de Arapongas e dois de Faxinal, informou que as audiências de custódia já começaram. No entanto, nenhum apucaranense havia participado até as 15 horas.

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As audiências de custódia permitem ao juiz analisar a situação de cada pessoa detida e averiguar se permanecem os motivos que fundamentaram a prisão. Também permitem verificar a ocorrência de eventual tratamento desumano ou degradante.  

“Em geral, as audiências de custódia estão acontecendo, porém não está sendo concedida liberdade. Todos os pedidos de liberdade e eventuais alegações de comorbidades estão sendo remetidos para análise do ministro Alexandre de Moraes (do STF)”, informou Vilasboas. 

Portanto, segundo o advogado, os apucaranenses e demais moradores da região ficarão presos até a análise do ministro, que decretou as prisões e irá avaliar individualmente os recursos. 

Vilasboas antecipa que a defesa está construindo um “entendimento da utilização de outros mecanismos” para buscar a soltura e garantir que essas pessoas respondam às acusações em liberdade.

Os homens estão presos no Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda, e as mulheres na Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia. Segundo Vilasboas, o perfil dos apucaranenses é variado, desde trabalhadores com carteira assinada, aposentados até empresários.

A defesa tenta “individualizar as condutas”. “Os apucaranenses e demais pessoas da região relataram que não tiveram participação nos atos de depredação. Eles disseram que foram com o pensamento de fazer uma manifestação pacífica e que não tiveram nada a ver com a destruição nos prédios do Congresso, do STF e Palácio do Planalto”, disse ainda na quarta-feira (11) o advogado.

Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (12) pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, 1.167 pessoas estão presas por suposta participação nos atos de depredação. Eles podem respondem por formação de quadrilha, destruição de patrimônio público, incitação ao golpe do estado, lesões corporais, entre outros crimes, que têm penas somadas de até 20 anos de prisão.

Por Fernando Klein