Um mutirão com participação de 50 empresas associadas ao Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale) está produzindo 5 milhões de máscaras e 700 mil jalecos em um único contrato. A expectativa é concluir a encomenda em 60 dias para receberem novos pedidos.
Para cumprir o desafio de produzir mais de 83 mil unidades por dia, o Sivale coordenou a produção. Segundo a presidente da entidade, Elizabete Ardigo, inicialmente um planejamento foi traçado para reunir os associados e dividir toda a produção. O Sivale também orientou as empresas na busca pela matéria-prima, serviços e fornecimento de amostras. Foram dias de preparação, organização e planejamento. Na última sexta-feira (17), seis indústrias iniciaram a produção e outras 40 indústrias devem começar nesta semana para garantir a encomenda destinada ao Departamento Penitenciário (Depen).
“São cerca de 10 mil pessoas envolvidas em todo o trabalho. Desde as indústrias e oficinas de costuras que estavam à mercê desta crise. Todos vão participar de uma produção coletiva. Nunca na história de Apucarana tivemos uma unidade tão grande do setor do vestuário. Como presidente do Sivale me sinto realizada em ver a união destes empresários, que empregam tantas famílias em nosso município e com isso vão garantir muitos empregos”, ressalta Ardigo.
Segundo ela, o sindicato continuará a ação de mercado buscando outros pedidos, aproveitando a grande procura por máscaras e jalecos, devido à pandemia.
A presidente do Sivale destaca que o setor encontrou nas máscaras e jalecos a oportunidade de retomar a produção. “A pandemia prejudicou muito e a produção de máscaras e jalecos é uma alternativa para não acabar com o setor inteiro. Vai ajudar a recuperar o prejuízo, para pagar os custos fixos como mão de obra, aluguel, água e luz”, analisa.
Para as indústrias, a fabricação dos Equipamentos de Proteção Individual para profissionais de saúde vem surgindo como uma oportunidade de superar a crise econômica gerada pelo novo coronavírus, já que o setor vem enfrentando queda no faturamento devido ao cancelamento de contratos.
A gerente comercial de uma empresa de Apucarana, Ariadne dos Santos Antunes disse que, devido a quarentena decretada no município e em outros mercados consumidores em virtude da pandemia, muitos pedidos foram cancelados, o que deixou a empresa sem saída. “Nós conseguimos manter nossos funcionários com a produção dessas máscaras. Acreditamos que vamos vencer tudo isso”, confia, a gerente.