Morte de menino gera alerta para escorpiões

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 31/08/2017
Pouco comum na região de Apucarana, escorpião amarelo é o mais perigoso (Foto: AEN)

A morte do menino Lucas Diego Alves, de 4 anos, morador de Jussara, na região Noroeste do Paraná, serve de alerta para o risco de ataques de escorpiões. O garoto foi picado na última sexta-feira (25) e morreu no dia seguinte no Hospital Universitário de Maringá. Em todo o Paraná, já foram registrados 771 casos em 2017, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No ano passado, o Estado contabilizou 1.740 acidentes e duas mortes – uma em Paranavaí e outra em Cianorte, também no noroeste paranaense.

Na região, foram cinco ataques neste ano: dois em Apucarana e três em Arapongas. No ano passado, 26 acidentes com escorpiões foram registrados, sendo 11 em Apucarana, 7 em Arapongas, 2 em Sabáudia e os demais em Borrazópolis (1), Califórnia, Cambira (1), Jandaia do Sul (1), Marilândia do Sul (1) e Rio Bom (1). Os números são da 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana. Os casos mais recentes na região ocorreram na última terça-feira em Arapongas e Sabáudia, sem consequências mais graves. Essas ocorrências, no entanto, não estão no relatório da 16ª RS. 

Os acidentes com escorpiões são mais frequentes nos dias de calor. Esses animais peçonhentos têm hábitos noturnos e sua picada causa dor intenso e alguns casos vômito e diarreia, podendo levar à morte, dependendo da espécie envolvida e da própria vítima (crianças correm maior risco). Os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus. No Paraná, há incidência de dois tipos perigosos: o serrulatus (amarelo) e o bahiensis (marrom). 

Na região, segundo a superintendente de Vigilância Sanitária de Apucarana, Thaísa Soethe, os escorpiões desses gêneros não são endêmicos. “Aqui, os escorpiões pretos (Bothriurus bonariensis) são mais comuns e não têm tanta toxicidade como os amarelos e marrons”, explica. No entanto, os amarelos e marrons podem aparecer, já que há casos desses animais chegarem em cargas transportadas de outras regiões onde estão presentes. Segundo ela, no entanto, é preciso buscar atendimento médico independente da espécie. “Os ataques podem trazer consequências médicas, portanto, é preciso procurar rapidamente uma Unidade Básica de Saúde”, assinala. 

Segundo Thaísa, os escorpiões têm hábitos noturnos e aparecem nos dias quentes, especialmente no verão. É possível combatê-los com medidas de higiene, como a limpeza dos quintais. “Esses animais gostam de entulhos, principalmente restos de construção, como telhas, tijolos e madeira”. Ela também orienta a colocar obstáculos nas portas, como panos, para dificultar a entrada nas residências. “Nenhum veneno combate os escorpiões”, pontua. Thaísa afirma que os mesmos cuidados devem ser tomados para evitar a presença de aranhas.