A compulsão de um dependente químico pela droga não tem limites e nem a chuva torrencial que cai em Apucarana nesta terça-feira (15) pela manhã foi suficiente para impedir que um homem de 31 anos, morador em Londrina, invadisse uma residência para roubar objetos com a finalidade de obter moeda de troca para obter crack e saciar sua fissura pelo tóxico. As possibilidades de consequências, nesses casos, sequer são levadas em conta.
De acordo com a PM, Tiago Onofre Xavier foi preso em flagrante em imóvel na Rua Otávio Mareze, no Jardim Menegazo, nas redondezas do Parque Jaboti (zona sul da cidade). O londrinense estava com os seguintes objetos roubados: notebook, cinco relógios, Iphone, câmera fotográfica, dois bonés e uma lanterna. A PM explicou tratar-se de roubo porque Tiago agrediu um senhor quando fugia com os objetos.
Foto: Maicon Sales
Ele alegou aos policiais que estaria praticando roubo na residência com o objetivo de comprar crack para saciar o vício e em um dos bolsos de sua calça a PM localizou ainda um cachimbo usado para consumir o tóxico. O rapaz foi levado à 17ª Subdivisão Policial (SDP) para ser autuado em flagrante.
"Eu prefiro crack do que lasanha; prefiro crack até mesmo do que transar; você não sabe a sensação que é", disse Tiago na 17ª SDP, demonstrando um certo grau de alienação da realidade.
Foto: Maicon Sales
O que é o crack?
O crack é uma droga feita a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio, geralmente fumada. É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.
Foto: Maicon Sales
Euforia e depressão
A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência.
Tiago Onofre Xavier reside em Londrina - Foto: Maicon Sales
Droga devastadora
Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e devastador do que ela, conforme o tenente-coronel José Francisco Cardoso, comandante do 10ºBPM, em Apucarana. Segundo o oficial da PM, a droga tem poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo num prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica.
"Levam-se apenas 10 segundos para o tóxico fazer efeito, gerando euforia e excitação, respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguidos de depressão, delírio e “fissura” por novas doses", afirma o tenente-coronel.