Dois corpos esquartejados e decapitados foram encontrados dentro de um poço desativado na manhã de ontem em Apucarana (norte do Paraná). A Polícia Civil chegou ao local após ter recebido uma denúncia anônima na noite de anteontem. As investigações apontam que os corpos seriam de Arislian Glenda Lemos, de 24 anos, e Valdecir Amarildo Gonçalves, de 52 anos, que seriam usuários de drogas. Um suspeito de envolvimento no caso foi preso em flagrante. Nesta quinta-feira (3) pela manhã a Polícia Civil realiza diligências em três regiões da cidade para localizar suspeitos de envolvimento nos crimes.
Segundo o delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, José Aparecido Jacovós, a equipe de homicídios recebeu uma denúncia, dizendo que pessoas iriam desenterrar corpos em um cafezal nos fundos de uma chácara localizada no Parque Bela Vista, zona norte. Segundo a denúncia, os cadáveres seriam incendiados em meio a pneus.
Corpos estavam em avançado estado de decomposição
Foto: Delair Garcia
A investigação teve início da noite de anteontem com envio da equipe ao local. “A equipe de homicídios se deslocou para o ponto indicado e constatou a ação suspeita de algumas pessoas”, explica o delegado-chefe José Aparecido Jacovós. A Polícia Militar foi acionada para dar apoio a operação.
Conforme o delegado, os suspeitos correram, mas foram vistos em outro imóvel próximo. “Nos fundos desta chácara há um poço desativado de cerca de 15 metros, onde os corpos foram encontrados”, comenta A chácara em questão fica na Rua João Matiuzzi, onde funciona um ferro-velho. Pela manhã, o Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar os restos mortais. Segundo o delegado, além da localização dos corpos, a polícia encontrou outros indícios que comprovam a denúncia de que a intenção era incinerar os corpos.
“Os policiais encontraram no cafezal pneus, cobertores e espuma embebida em gasolina. Com a chegada da polícia, eles fugiram”, disse Jacovós. Ainda na madrugada de ontem, um rapaz com um carrinho de mão e uma faca foi preso próximo ao local.
Marcos Rafael Bota, de 23 anos, havia saído da cadeia há dois dias. O delegado não adiantou o teor do depoimento de Rafael para não prejudicar as investigações, mas disse que o rapaz é suspeito de ocultação de cadáver.
Traficantes
O delegado afirma que a polícia está convencida da ação de traficantes nos crimes. “Essas pessoas estavam desaparecidas já há alguns dias. Elas eram usuárias de drogas e foram mortas por traficantes”, comenta.
Arislian Glenda Lemos, de 24 anos, morava na região e não tinha contato com a família há mais de 70 dias. Ela tem um filho de dois anos. A mãe da moça procurou a 17ª SDP de Apucarana no início da semana, relatando o desaparecimento da jovem e confirmou que a vítima tinha um histórico de consumo de drogas.
DNA
Devido o estado em que os corpos foram encontrados, a identificação só será possível, segundo o Instituto Médico Legal (IML), após exame de DNA. Laudo do órgão também deve ajudar a esclarecer quando e como o crime foi cometido.