Nível de escolaridade cresce e pressiona candidatos

Autor: Da Redação,
domingo, 25/09/2016
Votação segue até às 17h. (Imagem ilustrativa)

O número de eleitores que não sabem ler e escrever tem reduzido gradualmente, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na outra ponta da pirâmide educacional, votantes com curso superior têm avançado de forma expressiva nos últimos anos, o que exige uma nova postura de candidatos a cargos públicos nas eleições municipais deste ano. Só para ter uma noção, em 2010, 4,25% do eleitorado brasileiro era analfabeto. Neste ano, o número caiu para 3,82%, o que representa 0,43% apenas. Há seis anos, 8,45% dos eleitores tinham curso superior. Este número subiu, de acordo com o último levantamento do TSE, para 13,38%, ou seja, 4,93% no mesmo período. 

As mulheres aparecem nas duas extremidades. Do percentual de analfabetos, elas representam 52%, o que corresponde a mais de 3,6 milhões de brasileiras que não sabem ler nem escrever. Quando a pirâmide se inverte são elas que também aparecem na liderança. As mulheres representam 60% dos eleitores com curso superior. Os números nacionais não divergem da realidade estadual e local. Por exemplo, no Paraná, que 3,02% do eleitorado atual é analfabeto, as mulheres correspondem a 64%. O eleitorado feminino também representa 58% dos votantes com um curso superior. 

Em Apucarana, 3,82% do eleitorado é analfabeto, o que representa 3.325 pessoas, destes, 2.212 são mulheres, ou seja, 66,5%. No município são 7.306 votantes com diploma de curso superior, o que corresponde a 13,38% dos votantes. Deste montante, 59% são mulheres (6.903). No município vizinho, Arapongas, o índice de analfabetismo entre os eleitores é de 2,58%. De 2.117 eleitores analfabetos, 72% são mulheres. Com curso superior, que é de 4,34% entre o eleitorado, 61% é composto do público feminino. 

A situação do público feminino revela dois momentos distintos vivenciado pelas mulheres na sociedade, em especial nas últimas décadas quando começaram a se dedicar à carreira profissional. Em linhas gerais, o filósofo e analista político Elve Cenci, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), assinala que com o índice de escolaridade maior surgem novas demandas e o nível de exigência tende a ser maior.  “Os segmentos do eleitorado com baixa escolaridade conhecem menos os seus direitos”, explica. 

De acordo com o analista político, a baixa escolaridade também facilita para que os políticos transformem políticas públicas em favor. “É a velha situação: ‘eu vou dar uma casa para você’. Na verdade, é obrigação do poder público pensar políticas para habitação e as pessoas pagam até o último centavo do financiamento para o banco”, exemplifica. 

Sobre as mulheres, que representa 52% do eleitorado brasileiro e estão nos dois extremos educacionais, de acordo com Cenci, se exige em especial políticas voltadas para as crianças. “O número de mulheres nas universidades aumentou consideravelmente, sobretudo em áreas que no passado eram reduto masculino”, observa. “Saúde e educação de qualidade são as exigências principais desse eleitor mais escolarizado”, avalia o analista político.