Falta de pediatras pode fechar UTI em Apucarana

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 15/04/2015
Hospital da Providência Materno-Infantil informou ontem que pode fechar a UTI neonatal a partir desta sexta-feira - Foto: Dirceu Lopes

Em comunicado encaminhado ao Ministério Público (MP) e à Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana, o Hospital da Providência Materno-Infantil informou ontem que pode fechar a UTI neonatal a partir desta sexta-feira. O documento, a que a Tribuna teve acesso, foi encaminhado no final da tarde e alega que a decisão foi tomada pela falta de pediatras plantonistas. Segundo o hospital, a partir de hoje os pacientes serão colocados na central de leitos para transferência. 

Segundo o documento, assinado pelo diretor-executivo Guilherme da Silva Borges, apenas quatro pediatras plantonistas prestam atendimento na UTI neonatal, que tem 10 leitos e atende todo Vale do Ivaí. Dos quatro profissionais, um tem período de férias a cumprir e outro anunciou que ficará fora dos plantões de final de semana, o que inviabilizaria o atendimento.

O hospital alega que, apesar de ter aumentado o valor da diária paga aos médicos, há dificuldade em consolidar novas contratações e caso não seja possível localizar novos profissionais para integrar a escala de plantão até amanhã não receberá novos pacientes ou gestantes de alto risco que impliquem na necessidade de novas internações já a partir desta sexta-feira. O documento pede auxílio do município na contratação de novos profissionais.

O superintendente de Ações em Saúde da Prefeitura de Apucarana, médico Hélio Kissina, classifica a situação como “muito grave”, sobretudo, por se tratar de um hospital referência na região em gestação de alto risco. O médico ressalta que a UTI recebe bebês prematuros que dependem dos aparelhos e do monitoramento dos especialistas. “A situação é muito grave porque o Materno Infantil é referência para a gestação de alto risco.

A partir do momento que a unidade impede o recebimento de crianças, também inviabiliza partos de alto risco”, avaliou. Kissina ainda analisa que este não é um problema clínico, mas, sim, de cunho administrativo. “A responsabilidade da manutenção do corpo de plantonistas é do hospital. Estamos aguardando uma justificativa para saber se esta é uma situação que envolve questão financeira ou se há uma dificuldade de encontrar profissionais na região”, disse.

Em entrevista por telefone, o diretor executivo do Hospital da Providência, Guilherme da Silva Borges, minimizou a situação. De acordo com ele, a saída de um dos profissionais em férias nos próximos dias complicou o plantão. “Estamos com dificuldade para substituí-lo, porque é difícil encontrar plantonistas e isso não é só um problema do Providência, e sim de muitos hospitais. Mas o recebimento de pacientes não está suspenso”, afirmou. Borges acrescentou que o comunicado foi um pedido de auxílio. “Pedimos auxílio da prefeitura para encontrar novos profissionais”, disse.