Alvo de constantes críticas, sobretudo pela da falta de segurança e aparência de abandono, a Praça Interventor Manoel Ribas, de Apucarana, popularmente conhecida como “Praça do Redondo”, pode ser dividida para prolongar a Avenida Curitiba. Esta, ao menos, é a proposta defendida pelo vereador Gilberto Cordeiro de Lima (PMN). Ele levou, recentemente, o tema para debate na Câmara e diz ter apoio de comerciantes e de parte da população. Especialistas ouvidos pela Tribuna divergem sobre a sugestão. O vereador argumenta que a mudança traria ganhos comerciais com a expansão da área central. A divisão, segundo seu projeto, ampliaria as vagas para estacionamento de veículos e criaria dois espaços para exposição de artesanato, área de alimentação e um mini terminal.
A medida, segundo Lima, ainda afastaria os mendigos que frequentam diariamente o espaço e geram muitas reclamações. “O centro começa acima da Praça do Redondo e morre no Cine Teatro Fênix. Essa mudança faria que os comerciantes investissem mais na Barra Funda. É uma visão estratégica e a cidade só tem a ganhar”, frisa Lima. A proposta recebeu apoio da maior parte dos empresários que trabalham no entorno. Por outro lado, especialistas da construção civil divergem sobre o assunto.
O arquiteto e urbanista Leonardo Britici considera a intervenção interessante para o desenvolvimento da cidade. Contudo, se aprovado, o projeto deve ser executado sacrificando o menor número de árvores possível. “O centro é muito atrofiado, principalmente aquele trecho que é muito limitado”, acrescenta. Já a arquiteta e urbanista Carina Muller apoia a revitalização do espaço, mas é contra a abertura da rua. Na opinião dela, essa intervenção tiraria o sentido da praça. “Trabalho em frente a ‘Praça do Redondo’ e percebo que não é preciso muito para melhorar o local. A praça tem que tem uma função de lazer. Mas antes de qualquer atitude é preciso consultar a população”, orienta.
O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Apucarana, Alcides Vicente Junior, sugere a criação de um novo Plano Viário, visando, principalmente, a descentralização de órgãos públicos e privados, como bancos e autarquias. “Prolongar a avenida poderia melhorar o tráfego, mas não sei se cortar a praça seria a melhor alternativa”, opina.Uma preocupação identificada pelos profissionais é se a nova obra pode desfigurar a história do município.
O superintendente de trânsito da Prefeitura Municipal, Silnei Bolonhese levantou esta questão. “É preciso analisar os dois lados porque se trata de uma praça histórica. Mas, se houver um grande debate com a sociedade, acredito que prolongar a avenida possibilitaria a melhoria uma melhor fluidez no trânsito”, avalia.EMPRESÁRIOS A família do empresário João Reis é dona de um edifício em frente à Praça Interventor Manoel Ribas. Mesmo sem conhecer detalhes do projeto, Reis considera que qualquer melhoria seria bem-vinda. “É importante estudar novas alternativas como a ampliação do calçadão em frente ao shopping. Sinceramente, não vejo nada de legal e atrativo naquela praça. O espaço perdeu a utilidade”, diz. O comerciante Guilherme Campanaruti acredita que falta manutenção. “Dá para se notar pela cor da água da fonte. Ela poderia ser aproveitada de outra maneira, com mais estacionamentos, por exemplo, o que atrairia mais consumidores para o comércio”. (Colaborou Ariane Bellan)