Casal processa hospital por troca de bebês

Autor: Da Redação,
terça-feira, 17/06/2014
Rosângela, Junior e João Possidônio, de Novo Itacolomi: DNA confirmou que jovem não é filho do casal

Um casal de agricultores de Novo Itacolomi decidiu processar o Hospital da Providência, de Apucarana, pela suposta troca de bebês ocorrida há mais de 20 anos. João Adalto Possidônio, 51, e Rosângela Carvalho Possidônio, 43, descobriram, há pouco mais de dois meses, que não são pais biológicos de Junior Fernandes Possidônio, 23. Agora, a família pretende encontrar o filho legítimo e os pais biológicos de Junior.

De acordo com Rosângela, a suposta troca de bebês teria ocorrido em 1º de janeiro de 1991 na maternidade do antigo Hospital Santa Helena, atual Hospital da Providência Materno-Infantil. A mulher contou que, na época do nascimento de seu primeiro filho, percebeu algo diferente. As suspeitas geraram certo desconforto para a família. “Notei que o bebê era mais moreninho. Cheguei a levá-lo ao médico, mas o doutor disse que a criança podia ter puxado características de familiares de até cinco gerações passadas”, relata Rosângela.

A explicação do médico obstetra, responsável pelo parto, sanou a dúvida do casal por alguns anos. Até que o menino cresceu e passou a indagar os pais. “Comecei a perceber que não me parecia com nenhum deles já aos seis anos de idade. Sempre achei que era adotado. Isso sempre me incomodou”, confessa Junior.

O jovem autônomo passou a insistir para que os pais fizessem um exame de DNA. O casal aceitou se submeter ao teste para acabar com as dúvidas do filho e comprovar sua legitimidade. Mas o resultado pegou a família de surpresa. “Chegamos no laboratório e o médico nos chamou para conversar. Quando o médico disse que Junior não era nosso filho biológico ficamos em choque”, conta João Possidônio. A família ainda fez um segundo teste de DNA para eliminar qualquer possibilidade de erro. Contudo, o resultado também deu negativo para a maternidade e paternidade.

A família procurou um advogado e ingressou com processo por danos morais e reconhecimento de paternidade que corre na 1ª Vara Civil de Apucarana. “Quero uma indenização por danos morais. Esse erro atrapalhou a minha vida. Sinto que não tenho origem”, diz Junior.

Por outro lado, o jovem ressalta que descobrir sua origem não vai mudar sua relação com os pais de criação. “Não vai mudar nada. Amo meus pais, mas agora a família vai ficar maior”, afirma.