Desde as primeiras horas da manhã cerca de 150 agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realiza operação de combate à pirataria (falsificação de produtos) em Apucarana e outras cidades da região. A operação local conta com a participação de mais de 150 pessoas e foi denominada "Jolly Roger", em referência à bandeira pirata. Além do Gaeco, participam da ação auditores do Ministério Público, policiais, auditores da Receita Federal e agentes da Receita Estadual, Polícia Federal e Polícia Militar.
De acordo com o Gaeco, policiais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Londrina, Cambé, Apucarana e São Paulo.
O grupo reuniu provas contra empresários de Apucarana que estariam envolvidos na fabricação ilegal de camisetas de marcas famosas.
Segundo as investigações, os empresários pagavam propina mensal a alguns policiais para que eles não fossem presos.
O delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, Valdir Abrahão da Silva, foi afastado cautelarmente do cargo por determinação judicial. Houve cumprimento de mandados de busca na sala do delegado-chefe e do superintendente, investigador Edson Antunes. Ele e o investigador Vanderlei foram detidos pelo Gaeco. O clima é muito tenso na 17ª SDP.
O material apreendido na 17ª SDP e os dois detidos foram encaminhados para a sede do Ministério Público (MP) em Apucarana. O promotor Cláudio Esteves, do Gaeco de Londrina, afirmou que na sala do superintendente da 17ª SDP foi encontrada droga. O policial alega que o entorpecente foi fruto de apreensão realizada durante operação no minipresídio.
Entre os mais de 20 detidos estão um casal da Ondas Bonés e um empresário radicado na Barra Funda.
Investigações - De acordo com as investigações, em Apucarana empresários estariam pagando propina a policiais para poder fabricar mercadorias ilícitas. Além disso, eles também são suspeitos de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. No total, 26 pessoas são investigadas, três delas são agentes públicos.
No Paraná, a operação conta com equipes do Gaeco, Polícia Civil, Militar e agentes da Receita Federal. Ao todo, serão cumpridos 24 mandados de prisão e 46 de busca e apreensão no Paraná.
Entre os crimes investigados pelo Gaeco estão corrupção, sonegação, lavagem de dinheiro e pirataria.
No Brasil - Mais de 150 promotores e 1.300 policiais fazem nesta terça-feira (9) operações de combate à corrupção em pelo menos 12 Estados.
A "Operação Nacional Contra a Corrupção" cumpre 92 mandados de prisão, 337 mandados de busca e apreensão, 65 mandados de bloqueio de bens e 20 mandados de afastamento das funções públicas.
Entre as irregularidades estão desvio de dinheiro em órgãos municipais e estaduais, pagamento de propinas, superfaturamento de produtos e serviços, utilização de empresas fantasmas, lavagem de dinheiro, compra de sentenças, sonegação fiscal e enriquecimento ilícito de agentes públicos.
As investigações são realizadas nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.
As ações são coordenadas em todo o país pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas em parceria com diversos órgãos e têm como objetivo desmantelar esquemas criminosos cujos desvios de verbas podem ultrapassar R$ 1,1 bilhão.
Leia mais na edição de quarta-feira (10) da Tribuna do Norte - Diário do Paraná