Aglomerações Empresariais e Desenvolvimento Econômico

Autor: Da Redação,
terça-feira, 27/10/2020
Aglomerações Empresariais e Desenvolvimento Econômico

Em economias desenvolvidas, é maior a intensidade de aglomerados empresariais que se configuram como o primeiro estágio, uma ponte no caminho da consolidação de uma aglomeração empresarial consolidada que ocupa uma densa malha de relacionamentos. O desenvolvimento de aglomerados empresariais que funcionem bem é um dos passos essenciais na evolução para uma economia avançada. A criação de condições para a contínua elevação da produtividade e da renda continua sendo um fator essencial.

Nas economias subdesenvolvidas, as aglomerações empresariais funcionam como ilhas com menor número de participantes – a maioria do tipo eixo e raio, sem uma interação e coordenação definida –. Os problemas mais comuns são: reduzido nível de educação, baixa qualificação de pessoal, tecnologia deficiente, carência de acesso ao capital produtivo, subdesenvolvimento das instituições e políticas governamentais deficientes.

As economias desenvolvidas, já venceram estes problemas via planejamento macroeconômico com investimentos externos e o adequado equacionamento dos investimentos internos, aliado a políticas públicas eficientes. O apoio do poder público pode ser decisivo para a alavancagem do crescimento econômico das aglomerações empresariais. As nações centrais, como Itália, Alemanha, Japão e EUA entre outras, conseguiram formar um aparato de capitais capazes de financiarem-se por conta própria, o que até hoje não aconteceu na economia brasileira.

As aglomerações empresariais que estão se formando em todo o mundo apresentam-se como uma possibilidade crescente de desenvolver instrumentos competitivos cada dia mais. Ganhos de competitividade locais, com aprimoramento contínuo, atingirão condições de alcance competitivo internacional. Estas aglomerações empresariais desenham, paulatinamente, mediante as modificações do ambiente econômico, novas formas de ganhos competitivos no mercado. Os exemplos estão nas empresas têxteis da Carolina do Norte e do Sul, e nas empresas automobilísticas da Alemanha.

No Brasil, inúmeros são os exemplos de aglomerações empresariais que atingiram o estágio de desenvolvimento de médio para avançada integração em diversos estados brasileiros. Na Bahia: aglomeração empresarial de cacau no Sul do Estado e fruticultura no pólo Petrolina-Juazeiro; de grãos na Região de Rio Verde no Sudoeste de Goiás. Em Santa Catarina: aglomeração empresarial produtiva têxtil vestuarista no Vale do Itajaí; de cerâmica no sul; de Informática no norte; de madeira na região centro-norte e, no Vale do Rio Tijucas, a aglomeração industrial de calçados nas cidades de Tijucas, Canelinha, São João Batista e Nova Trento. Ainda de calçados, existem outras importantes aglomerações empresariais como do Vale do Rio dos Sinos/RS – composta por 26 municípios;– Franca e Birigui/SP; Campina Grande e Santa Rita/PB; Itapetinga, Jequié e Juazeiro/BA; Sobral, Fortaleza e Região do Cariri/CE; Nova Serrana e Belo Horizonte/MG. 

Estas aglomerações empresariais que alcançaram significativo estágio de eficiência produtiva são encaradas como uma forma de dar novo vigor à atividade econômica, onde a produção, a produtividade e a qualidade são fortemente favorecidas, reconhecidamente fortalecidas por meio das economias internas e externas inerentes a essas aglomerações empresariais, a tal ponto que suas vantagens competitivas se tornem superiores àquelas empresas que estão fora, ou cooperativamente dispersas das aglomerações empresariais.

Logicamente, cada uma destas aglomerações empresariais consolidadas leva em consideração suas particularidades principais como fatores econômicos, políticos, culturais e demográficos. Esses fatores dão coloração e lhes caracterizam com uma particularidade própria, fortemente amparada por expectativas positivas, objetivos e estratégias da política regional e macroeconômica de indução ao processo de desenvolvimento, protagonizadas nas políticas e parcerias público/privadas, implementadas por meio de gestores públicos e de instituições de coordenação que condicionam cada polo empresarial organizado, seja por setor, segmentos produtivos, ou por região.