Coluna da Tribuna: Adan aceitou urnas

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 01/11/2024
Adan Lenharo foi eleito

Em duas eleições seguidas, 2016 e 2020, o agora eleito vereador Adan Lenharo (DC) teve que amargar derrota para uma vaga na Câmara Municipal de Apucarana, mesmo fazendo em ambas eleições um pouco mais de 1.500 votos. Nas duas eleições teve vereador eleito com menos votos que Adan, dentro das regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral. Nem por isso, o empresário Adan Lenharo fez qualquer gesto para ganhar uma cadeira na Câmara Municipal recorrendo à Justiça. Aceitou o resultado das urnas e a legislação que regula as eleições proporcionais. Agora, em sua terceira tentativa de se eleger vereador e fazer quase dois mil votos, ele tem sua eleição contestada na Justiça por suposto uso de candidatas mulheres “laranjas” em seu partido, o Democracia Cristã. Ontem, ao tomar conhecimento da iniciativa do PSD, Adan reagiu dizendo apenas acreditar na Justiça.

“Homens laranjas?”

Alguns partidos que não conseguiram eleger vereador nas eleições de outubro em Apucarana estão ingressando ou vão ingressar com ações na Justiça Eleitoral para derrubar vereadores considerados eleitos, sob o argumento do uso de candidatas mulheres “laranjas” para compor a chapa. O critério adotado pelos postulantes para ajuizar as ações é o número de votos obtidos pelas mulheres. Há de fato no Podemos duas mulheres que fizeram apenas um voto, uma delas nem em si sequer votou. Mas se esse parâmetro for adotado há também “homens laranjas”. No PDT teve candidato homem que fez apenas 8 votos, o mesmo acontecendo no Democracia Cristã onde um cidadão fez apenas 6 votos. Muito menos que algumas mulheres candidatas. É “laranjice” ou são mesmo ruins de voto? Fica a pergunta no ar.

Risco no Podemos

A se confirmar na Justiça Eleitoral que o Podemos em Apucarana usou mesmo de artifício de candidatura mulher “laranja”, para driblar o cumprimento de cotas femininas na chapa de candidatos a vereador, os dirigentes do partido local podem sofrer sérias consequências. Alguns dos comandantes da sigla partidária na cidade são funcionários públicos e professores. A perda da função pública poderia ser uma das punições. Como o Podemos não elegeu nenhum vereador, que tipo de punição poderia ser aplicado ao partido a não ser punir seus dirigentes? É o que indagou ontem um advogado falando em tese, até porque não tem conhecimento da ação que tramita na Justiça Eleitoral. Essa coisa de supostas candidatas “laranjas” ainda vai dar o que falar.

Também perderam

Não foi apenas o deputado federal Beto Preto, entre os mais chegados ao governador Ratinho Junior, que perdeu a eleição de prefeito em sua cidade. Outros deputados, como Sandro Alex e Marcelo Rangel, de Ponta Grossa, tiveram uma derrota muito maior. Marcelo disputou diretamente a Prefeitura e nem conseguiu chegar ao segundo turno. Guto Silva, secretário do Planejamento, também saiu derrotado em sua cidade, Pato Branco, e o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri, não conseguiu emplacar seu candidato em União da Vitória. Essas derrotas não podem ser imputadas ao governador e, à exceção de Ponta Grossa, nem aos próprios parlamentares e secretários de Estado. Os candidatos apoiados é que tiveram desempenho ruim nas urnas.

Prefeitos unidos pela juventude

Os prefeitos eleitos de Londrina, Tiago Amaral, de Arapongas, Rafael Cita, e Rodolfo Mota, de Apucarana, já estão conversando entre si buscando uma parceria para fortalecer o norte do Paraná e os próprios municípios que vão administrar a partir de 2025. O que os une além da paixão por suas cidades, como dizem, é a idade deles: Tiago tem 38 anos, enquanto Rafael e Rodolfo têm 37 anos. São jovens com muita disposição de trabalhar e oferecer o melhor para suas comunidades, como fazem questão de salientar. A iniciativa da união e parceria partiu de Tiago Amaral, eleito no segundo turno em Londrina. Após a vitória, Tiago foi a Curitiba agradecer o apoio do governador Ratinho Junior e outros proceres da política estadual, mas antes fez questão de telefonar para Rafael Cita e Rodolfo Mota para que possam convergir com os mesmos interesses e mesmos propósitos para a região norte do Estado.

'Cabeça de Burro'

Os mais velhos conhecem bem esse folclore de que quando uma coisa não ia para frente em determinada situação, só podia ter “cabeça de burro” enterrada no local. Em Apucarana, parece mesmo ter uma cabeça de burro enterrada na cidade, se a gente olhar e comparar o passado com a época de hoje. Um exemplo de valor: em 1970, praticamente ao mesmo tempo, surgiram em Apucarana a Canorpa e a Coamo, em Campo Mourão. A Canorpa nasceu mais forte que a Coamo. Hoje, a Canorpa deixou de existir há muitos e muitos anos, enquanto a Coamo se tornou a maior cooperativa da América do Sul, com faturamento acima dos R$ 30 bilhões, gerando, só em Campo Mourão, mais de 2 mil empregos diretos. Isso, sem falar da antiga Upaleite, que chegou a ser uma das mais importantes usinas de pasteurização de leite do Paraná, recebendo até prêmio por produzir um dos melhores queijos provolones do Estado. Tem ou não “cabeça de burro” enterrada em Apucarana?...

VAPT-VUPT

RENNER - A rede de lojas de departamento Renner, que está em fase de expansão no Paraná, chegou a alugar um grande imóvel em Apucarana para instalar uma filial. Fechou contrato e tudo. Quando a diretoria começou a se debruçar sobre os indicativos econômicos da cidade, não teve jeito. Preferiram perder três meses de aluguéis já pagos e ainda arcar com a multa.

INDICATIVOS - Segundo um economista, para Apucarana melhorar seus indicativos socioeconômicos, só tem um caminho: combater a informalidade. Muitas empresas deixam de se instalar em Apucarana após analisar os números de sua economia, o que nem sempre demonstra a realidade. A informalidade deturpa o potencial econômico da cidade. Infelizmente.

SURPRESA - Nenhuma derrota nas eleições municipais deste ano surpreendeu tanto as lideranças do PSD do Paraná, quanto a não reeleição do prefeito Betinho Lima, de Goioerê. Ele era tido como favorito absoluto e até chegou a dispensar a sua equipe de campanha antes do dia da eleição, por considerar que eram favas contadas. Deu no que deu.