Dados do portal da transparência do registro civil nacional apontam uma queda no número de nascimentos nos três maiores municípios da região no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em Apucarana, Arapongas e Ivaiporã, a média foi de 13% menos nascimentos registrados em 2021.
A crise econômica e de saúde causada pela pandemia pode ser responsável pelos números. Ivaiporã é o município com maior percentual de queda: foram 71 registros no primeiro bimestre de 2020, contra 51 no mesmo período de 2021, queda de 28%. Para a secretária de Saúde do município Cristiane Martins Pantaleão, a pandemia teve influência direta na mudança de comportamento das famílias. “Penso que são causas multifatoriais, pode ter havido uma insegurança das mulheres com relação as consequências da covid, caso elas chegarem a se contaminar durante a gravidez.
Também tem a questão financeira que pode ter influenciado na tomada de decisão, além da questão psicológica que todos estão passando nesse momento de turbulência. O parto nesse momento acaba não sendo tão tranquilo considerando a lotação dos hospitais e a restrição da participação do acompanhante. Por fim, a instabilidade financeira deixa os pais inseguros”, detalhou a secretária.
Em Arapongas, os dados apontam uma queda de 11% nos registros de recém-nascidos. Foram 226 no primeiro bimestre de 2020 contra 200 no mesmo período deste ano. Mesmo assim, a coordenadora do Centro Integrado de Saúde da Mulher (Cisam), Juliana Parazzi, afirma que a queda nos registros não representa a realidade atual da cidade. “Atendemos em média 630 gestantes por mês, desde o ano passado, e nossos atendimentos não diminuíram.
O Cisam foi um dos serviços que não parou um só dia durante a pandemia para atender a demanda. Acredito que essa pequena diferença no número dos registros possa ter alguma outra causa, crise financeira por exemplo”, garantiu. Apucarana foi o município que apresentou menor queda. Segundo os dados pesquisados, foram 268 registros feitos em 2020 entre janeiro e fevereiro contra 239 realizados no mesmo período em 2021, queda de 10%.
A coordenadora da Casa da Gestante de Apucarana, enfermeira obstétrica Maria Aparecida das Neves, acredita que a pandemia tem deixado as mulheres com medo. “O que a gente vê nos atendimentos é que as gestantes chegam assustadas por conta da covid, principalmente porque não podem se vacinar. Elas também ficam com receio por buscar o atendimento de saúde com frequência para realizar o pré-natal. Nós até aumentamos os horários de atendimentos para recebê-las com mais conforto. Percebemos também, nos primeiros meses deste ano, que a procura pelo DIU (dispositivo intra uterino) aumentou bastante porque as mulheres estão com medo de engravidar”, considerou.
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