Neste ano, mais de 9,4 mil pessoas pediram demissão de seus empregos em Apucarana e Arapongas. O número corresponde a 37,5% do total de 25.012 trabalhadores desligados entre janeiro a agosto nos dois maiores municípios da região, conforme levantamento feito pelo Núcleo de Empreendedorismo Inovador (NEMPI) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, junto a base de microdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Segundo o levantamento, em Apucarana mais de 4,8 mil pessoas pediram demissão de seus cargos, o que corresponde a 39,3% do total de 12.361 desligamentos registrados entre janeiro a agosto deste ano. Em Arapongas, foram mais de 4,5 mil pedidos de demissão, que correspondem a 36,1% do total de 12.651 exonerações no período.
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Mestre na área de gestão de pessoas, a professora Lindinalva Rocha de Souza, que também coordenadora do NEMPI da Unespar, aponta que vários motivos levam às demissões voluntárias, como exemplo, a competitividade de salários, benefícios e compensações, ambiente de trabalho, tipos de liderança, flexibilidade de horários de trabalho, políticas de promoção, planos de carreira, empreendedorismo, dentre outros.
O home office, que ganhou força durante a pandemia, também tem incentivado demissões voluntárias, já que alguns profissionais têm buscado substituir o trabalho presencial pelo híbrido.
De acordo com a especialista, demissões voluntárias ocasionam alto índice de rotatividades, o que gera diversas consequências negativas para as empresas como custos de rescisão e admissão, treinamentos e queda na produtividade.
“Para evitar demissões voluntárias, os gestores precisam levantar em quais aspectos os colaboradores desejam melhorias no ambiente de trabalho, para que se sintam valorizados e tenham uma boa qualidade de vida e desta forma, as empresas retenham seus melhores colaboradores e atraiam os melhores talentos do mercado, esse tipo de levantamento pode ser feito em pesquisas de clima organizacional para o planejamento de gestão de pessoas estratégico”, orienta.
Desligamento para cuidar da saúde
A apucaranense Jade Miranda, 32 anos decidiu pedir o desligamento da empresa onde trabalhava para cuidar de sua saúde. Na época ela tinha depressão e precisava ter mais tempo para fazer o tratamento da doença.
“Eu estava tratando depressão e não estava me fazendo bem. Decidi sair para conseguir ter minha rotina, fazer tratamento e ter mais qualidade de vida”, conta.
Após concluir um curso de designer de unhas, Jade começou a trabalhar na área e se apaixonou pela profissão. “Sou muito mais feliz, tenho mais tempo para organizar rotinas do dia a dia. Em relação ao emprego que eu tinha, que era cargo de escrevente, compensa muito mais ter meu próprio negócio. Por exemplo, trabalhando três dias por semana eu consigo atingir o salário que eu ganhava trabalhando oito horas por dia de segunda a sexta no meu antigo emprego”, comenta.
Por, Cindy Santos
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