Os núcleos sindicais da APP de Apucarana e Arapongas protocolaram na manhã desta terça-feira (19), no Núcleo Regional da Educação de Apucarana (NRE), um requerimento para a Secretaria de Educação e Esporte do Paraná (SEED). O documento foi escrito pelo Coletivo Humanidades, formado por centenas de docentes da rede estadual de ensino do Paraná, principalmente das disciplinas de Arte, Filosofia e Sociologia.
O requerimento é uma solicitação para abrir um canal de comunicação com a SEED e seus NREs na tentativa de revogar as Instruções Normativas Conjuntas nº 09 e nº 11/2020 - DEDUC/DPGE/SEED, que dispõem sobre as matrizes curriculares do Ensino Fundamental e Médio na rede estadual de ensino do Paraná.
Essas instruções promovem profundas alterações na matriz curricular e na organização pedagógica das escolas estaduais, afetando diretamente as disciplinas de Arte, Filosofia e Sociologia e os (as) quase 10 mil docentes dessas respectivas disciplinas, que tiveram sua carga horária reduzida de 2 aulas semanais para 1 aula semanal (corte de 50%).
Para Marcio Roberto Nogueira Diniz Presidente do Núcleo Sindical de Arapongas um detalhe importante é o desemprego que poderá aumentar entre os professores. "Essa situação pode gerar um grande desemprego entre professores dessa categoria, muitos profissionais temporários trabalham com essas disciplinas de arte, filosofia e sociologia, uma estimativa que quase 3 mil profissionais fiquem sem aula gerando uma situação de desemprego", explicou
Segundo o documento, a forma como essas instruções foram publicadas e o seu conteúdo demonstram um profundo desrespeito e desvalorização, por parte da SEED, com os profissionais da educação do Paraná, "pois, foram anunciadas de maneira verticalizada e sem respeito aos princípios democráticos, coroando de maneira abominável um ano de imensas dificuldades como 2020 e afetando nosso tão almejado descanso de final de ano".
O conteúdo também fala sobre a indignação com as atitudes da SEED frente aos educadores que compõem a rede estadual de ensino, ao processo democrático e aos valores e princípios educacionais que diz seguir e almejar. "Na mídia, o discurso público diz que somos protagonistas, mas internamente os métodos da SEED são monocráticos e humilhantes, nos tratando como personagens de última categoria. Somos sempre os últimos a serem consultados, mas os primeiros cobrados e maltratados".
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