A mortalidade materna por Covid triplicou na área da 16ª Regional de Saúde de Apucarana. Levantamento do órgão mostra que, no ano passado, seis óbitos de gestantes e puérperas foram causados pela doença, um crescimento de 200% em relação as duas mortes registradas ano retrasado.
O relatório mostra ainda que os óbitos por Covid correspondem a 75% do total de oito mortes maternas registradas em 2021. Além da Covid, houve um óbito por por hipertensão gestacional e outra morte obstétrica de causa ainda não especificada. Já no ano retrasado, foram três óbitos de gestantes e puérperas, sendo que duas foram causadas por coronavírus e outra por infecção puerperal Nota técnica da regional informa que os dados são parciais e preliminares, sujeitos à alteração.
Três municípios pertencentes à 16ª RS tiveram óbitos de gestantes e puérperas no ano passado causados por Covid: Apucarana (3), Arapongas (2) e Faxinal (1). O chefe da 16ª RS, Marcos Costa, informa que havia mulheres que ainda não estavam imunizadas contra a doença, ou não tinham concluído o cronograma vacinal. Costa explica ainda que além disso, a pandemia também atrapalhou o acompanhamento das gestantes, seja para as consultas de pré-natal e até as visitas domiciliares das equipes da Saúde da Família. Ele afirma que o crescimento do índice ocorreu a nível estadual. “Infelizmente, as mortes maternas aumentaram em todo o Paraná. É uma situação causada pela pandemia”, afirma.
APUCARANA
Das quatro mortes maternas ocorridas em Apucarana no ano passado, três foram por causa da Covid, conforme a 16ª RS. De acordo com o secretário municipal de saúde, Emídio Bachiega, o aumento se deve principalmente pela disseminação da variante Delta que, inclusive, o primeiro caso confirmado no município estava relacionado a uma gestante que veio do Japão dar à luz em Apucarana e morreu. Na época, o Ministério da Saúde informou que a morte da mulher foi a primeira relacionada à variante delta no Brasil.
“A variante Delta foi bem agressiva no ano passado em relação aos internamentos e óbitos. O normal é não ter nenhuma morte em nosso município”, comenta o secretário.
Em 2020, o único óbito materno registrado em Apucarana também foi causado pela Covid-19. A mulher, de 30 anos, estava grávida de sete meses quando foi internada no Hospital da Providência com sintomas da doença. Bachiega complementa que o município oferta toda assistência necessária às gestantes, que inclusive, têm passe livre no transporte coletivo para realização do pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na Casa da Gestante, em caso de médio e alto risco.
“O Hospital da Providência Materno Infantil de Apucarana é referência na região para casos de alto risco. Por isso tenho certeza que a Covid é o fator principal no aumento dessas mortes”, afirma.
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