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Município de Ivaiporã quer se transformar na capital do açaí

O plano é ambicioso e faz os olhos do agricultor e mestre sorveteiro Osvaldo Ferreira de Paula brilhar: transformar Ivaiporã, no Vale do Ivaí, na capital paranaense do açaí. O projeto, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento

Da Redação

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Município de Ivaiporã quer se transformar na capital do açaí
Icone Camera Foto por Gilson Abreu/AEN
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.07.2020, 09:46:53 Editado em 31.07.2020, 09:46:32
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O plano é ambicioso e faz os olhos do agricultor e mestre sorveteiro Osvaldo Ferreira de Paula brilhar: transformar Ivaiporã, no Vale do Ivaí, na capital paranaense do açaí. O projeto, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento e a prefeitura local, ainda dá os primeiros passos, mas já conquistou clientes fiéis no comércio da cidade. Nos dias mais quentes é comum ver filas nas lanchonetes da cidade para experimentar a polpa ou o sorvete do açaí do Paraná.

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A especificidade geográfica tem explicação. O açaí cultivado em solo paranaense é um pouco diferente do fruto encontrado comumente na região amazônica e em parte do Nordeste brasileiro. Em Ivaiporã, explica Ferreira de Paula, o fruto é extraído da palmeira juçara, árvore bastante comum na Mata Atlântica.

Como essa planta não tem perfilhos (ramos), a extração do caule para a produção do palmito implica em sua morte. Já o açaizeiro possui vários perfilhos, formando touceiras. Pode ser, inclusive, encontrado em terra firme em estados como Maranhão, Pará e Amazonas, onde vegeta em terrenos de várzeas e igapós.

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“O palmito juçara é também conhecido como palmito doce. O fruto das palmeiras é o mesmo, mas o nosso açaí tem sabor diferente. É mais suave e com coloração mais forte”, diz o sorveteiro.

PROJETO – É justamente para que a produção ganhe escala e Ivaiporã possa mesmo ser chamada de capital do açaí que o Governo do Estado desenhou um projeto de expansão da área cultivada.

Na região, caracterizada por produções de soja, café e leite, os vizinhos são incentivados a buscar maior diversificação, plantando também a juçara. As mudas saem do viveiro instalado na propriedade do seu Osvaldo. Como teste, ele mantém também um viveiro com o açaí amazônico. “O clima aqui é propício e a terra muito boa. Tenho certeza de que vai pegar também”, conta o agricultor.

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Além disso, a regional da Secretaria da Agricultura e Abastecimento levou o projeto para Lunardelli, cidade a 25 quilômetros de Ivaiporã. Uma fazenda de 700 hectares, boa parte ocupada por mata nativa e inúmeros pés de Juçara, encampou a ideia.

O próximo passo, explica o médico veterinário do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável (Deagro), Carlos Eduardo dos Santos, é tirar do papel um entreposto capaz de fabricar a polpa do açaí em grandes quantidades, unindo os municípios vizinhos.

“Vai sair açaí do Paraná para o Brasil e o mundo inteiro. Até açaí em pó, para vender para o Japão, já está nos planos”, conta ele. “Queremos plantar mais de um milhão de mudas de juçara e ter mais de mil funcionários dentro da indústria paranaense do açaí”, acrescenta Ferreira de Paula.

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A secretaria busca ainda todas as licenças junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para efetivar a industrialização e comercialização do produto em grande escala.

MEIO AMBIENTE – Santos lembra ainda outra vantagem da ampliação da produção do açaí. A palmeira juçara, devido ao corte para a extração do palmito, convive constantemente com a ameaça de extinção.

“O açaí é um produto sustentável, que se torna uma opção de renda para o produtor rural sem degradar o meio ambiente”, ressalta. “É mais um passo na consolidação da Ivaiporã frutífera”, acrescenta Rosana Pagé, diretora do departamento de Indústria, Comércio, Turismo e Agronegócio do município.

PRODUÇÃO – Ferreira de Paula revela que o processo de produção do açaí juçara é idêntico ao tradicional. Após colhido, o fruto é lavado em uma solução com cloro e esterilizado para retirada das impurezas. Somente depois do processo de limpeza a polpa é retirada.

“Uma árvore de palmito dá até 10 cachos e cada cacho rende em média 10 litros de polpa. Da polpa é que se faz o sorvete. E, o mais importante, tudo orgânico, sem agrotóxico”, afirma.

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