Funcionando de forma irregular, o lixão de Marumbi pegou fogo na última sexta-feira (2). É o quarto incêndio registrado no local, que foi alvo de fiscalização recente do Ministério Público (MP).
A Prefeitura registrou Boletim de Ocorrência (BO) no destacamento local da Polícia Militar (PM) nesta segunda-feira (5). Há suspeita de ação criminosa. Um caminhão-pipa da administração foi utilizado para apagar as chamas.
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Contrariando todas as normas ambientais, o lixão é frequentado diariamente por quatro catadores, segundo a própria prefeitura. Eles selecionam o lixo e guardam o material reciclável para depois comercializá-lo.
O prefeito Adhemar Rejani (PSD) admite que o problema existe. Segundo ele, o lixão a céu aberto é frequentado pelos catadores sem autorização da administração municipal. No entanto, o prefeito reconhece que a Prefeitura não mantém fiscalização no local, tampouco há proteção que evite a entrada indevida.
Rejani afirma que o município vem buscando regularizar a situação e espera a liberação do Instituto de Água e Terra (IAT) do Paraná para colocar em funcionamento um barracão de reciclagem. Ele também quer implementar a coleta seletiva na cidade e ainda adotar o sistema de “área de transbordo”, levando o lixo para destinação correta em uma empresa de Apucarana.
Enquanto isso, o prefeito prometeu ceder o barracão para que os catadores guardem os materiais recicláveis com a condição de que os recolham e os separem em outro local. Ele também garantiu que o município vai ajudar as famílias com alimentos até que uma solução adequada seja encontrada.
Sancionada em 2010 para acabar com o problema histórico da destinação do lixo urbano no Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305) completou 12 anos longe de resolver totalmente essa questão no País.
Dos 27 municípios da região (26 do Vale do Ivaí mais Arapongas), seis ainda têm lixões a céu aberto (Bom Sucesso, Cruzmaltina, Faxinal, Kaloré, Marilândia do Sul e Marumbi) e apenas nove instalaram aterros sanitários, que é considerado o sistema mais adequado.
Outros 12 adotaram o modelo de “áreas de transbordo”, nos quais o lixo é armazenado e depois transferido para destinação correta em outros locais. No entanto, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), todos os municípios da região – incluindo aqueles com aterros - têm alguma irregularidade que ainda precisa ser sanada na área.
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