A empresária Andrea Dessewffy, de 58 anos, vive um verdadeiro drama ao tentar desvendar o mistério que envolve o destino dos bens que eram dela por direito. Natural de São Paulo, Andrea descobriu ser a legítima herdeira de um patrimônio milionário. Filha de um grande empresário do agronegócio, dono de fazendas em Apucarana, Marilândia do Sul, Ortigueira e Tibagi, ela viu seu mundo desabar em uma tragédia familiar que mudou o seu destino. Aos onze anos, a empresária perdeu o pai Janos Dessewffy e a mãe Edna Dessewffy em um acidente de trânsito ocorrido em outubro de 1974, na BR-376 (Rodovia do Café), na região de Ponta Grossa.
Janos veio de Budapeste, capital da Hungria, junto com seus pais. A família fixou residência em Marilândia do Sul, mas tinha propriedade também no Distrito do Pirapó, em Apucarana. O pai de Andrea inclusive foi homenageado com nomeação de uma rua no Jardim Esperança.
No ano seguinte ao acidente, o avô paterno veio a falecer e sem familiares no Paraná, ela foi morar com os tios maternos, em Dourados, Mato Grosso do Sul, onde ficou até 1979, quando decidiu fugir do estado mato-grossense e retornar para a região de Apucarana. Na época, um novo tutor e um novo procurador foram constituídos para administrar os bens deixados pelo casal Dessewffy. Eram pessoas de sua confiança que trabalharam com seu pai.
Décadas depois a empresária decidiu investigar o que aconteceu com os bens deixados por seus pais e tomou conhecimento de que o patriarca tinha em seu nome mais de 2500 mil alqueires de terra além de ações em empresas agrícolas. Segundo a empresária, dezenas de bens deixados pelos seus pais foram transferidos a sua revelia, pois jamais teve conhecimento dos imóveis herdados. Por se tratar de uma jovem, nada conhecia acerca dos negócios do pai, o que facilitou ainda mais os trâmites ilegais envolvendo os bens.
“Meu sentimento foi de indignação e de profunda tristeza ao descobrir que tiveram a coragem de enganar uma criança, filha única de estrangeiros que estava totalmente sem chão e sozinha com a morte dos pais”, comenta.
INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES
A empresária disse que desde 2007 tenta investigar o que aconteceu com os bens de seu pai com a ajuda de uma amiga, no entanto, por serem mulheres sentiram medo ao descobrirem que algumas propriedades estão sendo administradas por ‘posseiros’. Elas sentiram segurança quando, em 2019, conheceram a advogada Andressa Gomes que assumiu o processo e identificou irregularidades nas transferências dos bens.
“Já foram apuradas algumas transferências irregulares de imóveis que aconteceram à revelia dela. Ela tinha uma relação de extrema confiança com seus representantes. Nunca foi feita prestação e contas do que foi vendido”, disse a advogada Andressa Gomes.
“Estamos investigando o por que essas irregularidades aconteceram, como foram possíveis e como isso refletiu na vida dela. Ela herdou um patrimônio milionário e não tinha conhecimento”, afirma o advogado Bruno Roque.
Durante a investigação do caso, os advogados apucaranenses descobriram que ainda existem propriedades em nome do pai da empresária, na região de Tibagi. “No registro de imóveis consta uma certidão de duas propriedades totalizando aproximadamente 350 alqueires em nome de Janos Dessewffy”, afirma Roque.
Conforme os advogados, o próximo passo será denunciar as irregularidades apuradas aos órgãos competentes e providenciar as regularizações extrajudiciais/judiciais das propriedades em nome no pai dela.
Por, Cindy Santos, repórter do Grupo Tribuna do Norte.
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