O clima instável deste início de ano tem prejudicado as plantações de importantes regiões produtoras de hortaliças, pressionando o preço de vários produtos. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) aponta que entre os produtos afetados que ficaram mais caros estão o repolho (150%), cenoura (127,2%), beterraba (93,8%), chuchu (76%) e o tomate (69,2%). Os dados repassados são relativos aos preços pagos ao produtor, o que sugere um impacto ainda maior no bolso do consumidor final.
“A princípio, esse aumento de preço é devido a redução da produção das regiões produtoras por conta do clima. Isso tem diminuído a oferta do produto no mercado e aumentado os preços”, analisa o técnico do Deral, Adriano Nunomura.
Segundo ele, a cenoura é um dos produtos que está sofrendo muito com o clima, sobretudo na região de Minas Gerais, maior produtor da hortaliça e que registrou quebra por causa das chuvas intensas em janeiro. “A quebra na produção foi muito grande e acabou faltando cenoura no mercado. As outras regiões produtoras não estão conseguindo suprir a demanda. Aqui na região temos produção em Marilândia do Sul que também foi prejudicada”, explica.
Com a quebra na safra o preço da caixa com 23 quilos de cenoura mais que dobrou, passando de R$ 66, em janeiro, para R$ 150 até nesta terça-feira (22).
O repolho também é outro alimento que está bem mais caro. A caixa com 28 quilos passou de R$ 65 para R$ 110. Já a caixa de beterraba com 23 quilos que custava R$ 49 no mês passado está saindo por R$ 95 essa semana. A caixa com 22 quilos de chuchu passou de R$ 51 para R$ 90 e a caixa com 23 quilos de tomate saiu dos R$ 65 para 110.
De acordo com Nunomura, devido à baixa produção regional, muitos produtos comercializados na cidade vêm de fora, o que encarece ainda mais o preço ao consumidor.
E como se não bastasse o aumento de custo, o clima também está afetando a qualidade dos produtos. “O clima não ajuda. Ou é sol demais, ou chuva demais. E a agricultura é assim, tudo que é demais quebra a produção”, comenta. O técnico faz uma ressalva em relação ao preço dos vegetais folhosos, que segundo ele não tiveram alteração nos últimos meses. “As folhosas, como são sensíveis à chuva, acabam sendo prejudicadas. Mas nossa região não tem problema de qualidade, porque não teve chuva em excesso”, observa.
CONSUMIDORES PERCEBEM ALTA
A vendedora Sueli Fernandes, 45 anos, não abre mão de verduras e frutas fresquinhas à mesa, contudo já notou que o preço de alguns itens ficou um tanto salgado. “Me assustei com o preço da cenoura a R$ 11,60. Há três meses custava R$ 3,50”, compara.
Por serem produtos importantes na alimentação da família, ela seleciona aqueles que estão com melhor preço e ‘ignora’ os mais caros. “Eu vejo o que está dentro da normalidade de preço, se um produto que eu gosto estiver muito caro, eu levo outro no lugar”, comenta.
O também vendedor Diego Rodrigues, 30 anos, notou que o preço das frutas e verduras subiu, agora levo em menor quantidade para não pesar no bolso”, comenta.
Por, Cindy Santos
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