De desaparecida a investigada como suspeita de ter dado desfalque na casa lotérica onde trabalhava, em Cruzmaltina, Leide Daiane ainda não foi localizada pela Polícia Civil, que deve concluir o inquérito policial nos próximos dias e encaminhar o Ministério Público. Embora os números exatos ainda não tenham sido fechados, o desfalque na casa lotérica está calculado em mais de R$ 100 mil, podendo chegar a R$ 140 mil.
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Mendes, de Faxinal, informa que deve concluir o inquérito mesmo sem a oitiva da mulher suspeita, nos próximos dias. A partir dos elementos colhidos, a ex-funcionária da lotérica, que era investigada por conta de uma denúncia de desaparecimento, passou a principal suspeita pelo desfalque, o que justificaria seu desaparecimento.
Uma vez concluído o inquérito, caso o Ministério Público entenda como suficiente para denunciar a mulher, o caso pode ser encaminhado ao juiz, que abriria o processo. Nessa fase, a justiça tentaria citar a mulher que, não sendo localizada, poderia ter a prisão preventiva decretada. Nesse caso, como os indicativos é que Leide Daiane tenha fugido para o Paraguai, o caso poderia ser encaminhado para a Polícia Federal e para a Interpol.
O CASO
A história, que movimenta desde maio a pequena Cruzmaltina, com pouco mais de 3 mil habitantes, começou com a notícia do desaparecimento da mulher, em 19 de maio. Ela desapareceu com o carro, deixando tudo para trás, inclusive dois filhos e uma irmã, que ela criava como filha.
Familiares denunciaram o sumiço e a polícia começou a trabalhar inclusive com a possibilidade de a mulher ter sido vítima de crime. No entanto, logo de início algumas informações enfraqueceram essa hipótese. A mulher teria abastecido o carro com que desapareceu, no dia 19 e, naquela noite, fez contato com uma amiga, por aplicativo de mensagens no celular, dizendo que estaria em Faxinal. Depois ela desapareceu, sem ter feito novos contatos com amigos ou familiares.
A polícia chegou a rastrear o celular da mulher, localizando o sinal no Paraguai. Desde o desaparecimento, a mulher também apagou fotos e mudou a linha do tempo em seus perfis nas redes sociais, aumentando a desconfiança de que ela havia fugido e não desaparecido.
Uma semana após o desaparecimento, uma nova ocorrência policial mudou totalmente o rumo das investigações. O empresário dono da lotérica onde a mulher trabalhou por 5 anos, registrou um boletim de ocorrência denunciando o desfalque na empresa.
O delegado Ricardo Mendes confirmou, na época, que o proprietário da casa lotérica registrou o boletim e que novo inquérito policial foi instaurado para apurar o caso. Segundo o empresário relatou à policia, ele só percebeu um possível desvio de dinheiro do caixa no fechamento contábil do dia 23 de maio. As diferenças detectadas de caixa teriam ocorrido nos dias 16, 17 e 18, nos três dias anteriores ao desaparecimento de Leide.
O total de valores desviados naqueles dias passa de R$ 100 mil e pode chegar a R$ 140 mil, números que ainda estão sendo contabilizados e devem ser colocados no inquérito policial. O delegado espera concluir o procedimento até a próxima semana.
A mulher, que até então tinha antecedentes limpos, teria iniciado há pouco tempo um relacionamento com um homem já conhecido da polícia da região. Ele seria um ex-policial militar, envolvido em crimes e que estaria envolvido na fuga da mulher para o Paraguai.
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