O contador alvo da operação "Falsa Impressão", que investiga uma organização criminosa em Grandes Rios, no norte do Paraná, abriu 114 empresas fantasmas em apenas seis meses, neste ano. A informação foi confirmada ao TNonline pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que deflagrou a operação em conjunto com a Receita Federal nesta terça-feira (27).
O foco da ação é coibir uma organização criminosa que tinha como objetivo ludibriar a fiscalização estatal no transporte irregular de mercadorias contrabandeadas e descaminhadas, por meio da utilização a criação de empresas para emissão de notas frias.
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Essas empresas, segundo a Receita Federal, eram utilizadas por um determinado período e depois eram abandonadas e substituídas no esquema por outras criadas sucessivamente. Para o funcionamento do esquema fraudulento, foi determinante a atuação do contador que, aparentemente, era o responsável pela criação das empresas inexistentes de fato em nome de interpostas pessoas. O nome dele não foi divulgado.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário do Estado do Paraná. Dois em endereços residenciais e o terceiro no escritório de contabilidade. O promotor Leandro Antunes, do Gaeco informa que foram apreendidos dispositivos eletrônicos, celulares e documentos que serão analisados durante a investigação.
“Entre janeiro a junho deste ano foram abertas 114 empresas fantasmas por esse contador. Ainda não temos informações sobre a movimentação financeira, mas pelo número de empresas fantasmas é possível concluir que se trata de um grande esquema criminoso”, disse Antunes.
Pela legislação, descaminho é um crime de ordem tributária que acontece quando a mercadoria é legal, mas circula sem o pagamento de tributos. É diferente de contrabando, que envolve produtos proibidos.
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