Infelizmente, em 2021 perdemos artistas veteranos na TV e no teatro, jovens com uma carreira promissora pela frente, personalidades no auge do sucesso e também prestigiados jornalistas.
Confira abaixo uma retrospectiva dos nomes mais marcantes que nos deixaram em 2021.
Marília Mendonça
Ícone do feminejo, Marília Mendonça morreu após a queda de um avião de pequeno porte perto de uma cachoeira na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. Suas músicas arrebataram o Brasil com letras e melodias intensas e românticas. Considerada uma das artistas mais populares do sertanejo, ela liderou uma reviravolta feminina no gênero, que impôs mulheres como protagonistas do estilo até então dominado quase apenas por homens. Deixou um filho, Léo, de 2 anos.
Paulo Gustavo
Criador de Dona Hermínia e de outros personagens inesquecíveis no teatro, na TV e no cinema, Paulo Gustavo morreu vítima da Covid-19. Com um estilo de humor acessível, baseado em cenas familiares e cotidianas, conquistou o Brasil e teve uma trajetória de enorme sucesso, em produções como o campeão de bilheteria 'Minha mãe é uma peça: O filme' (2013), que rendeu duas continuações. Lançado em 2019, o longa mais recente da triologia se tornou a comédia com maior público da história do cinema nacional. Somados, os três filmes de 'Minha mãe é uma peça' venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020. O terceiro filme teve a maior arrecadação da história do cinema brasileiro, com R$ 182 milhões de bilheteria. Além do sucesso de Dona Hermínia, o ator se destacou pelos filmes 'Minha vida em Marte' (2018) e 'Os homens são de Marte... e é para lá que eu vou' (2014), nos quais contracenou com a atriz e amiga Mônica Martelli. Ele interpretou o personagem Aníbal em ambas as comédias.
Tarcísio Meira
Ícone da dramaturgia e um dos maiores galãs da história do Brasil, ele morreu vítima da Covid-19. Ator era casado com a atriz Glória Menezes, de 86 anos. Tarcísio Meira teve uma carreira de mais de seis décadas. Fez TV, cinema e teatro e interpretou dezenas de papéis marcantes. E houve a parceria em Glória, com quem estava desde 1962, num dos casamentos mais duradouros e célebres da TV brasileira. Ele estreou na TV Globo em 1967, onde atuou em novelas, minisséries e especiais. Interpretou dezenas de personagens, muitos deles inesquecíveis, como João Coragem, em 'Irmãos Coragem', Renato Vilar, em 'Roda de fogo', e Capitão Rodrigo, em 'O tempo e o vento'. Um dos mais reconhecidos nomes da atuação no Brasil, tinha um currículo de mais de 60 trabalhos na TV, entre novelas, seriados, minisséries, teleteatros e telefilmes, numa carreira que começou em 1961, na extinta TV Tupi. Também participou de 22 longas-metragens, dirigidos por cineastas como Glauber Rocha, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte e Bruno Barreto, além de 31 peças de teatro.
Orlando Drummond
Famoso por interpretar o interpretar o Seu Peru, na 'Escolinha do Professor Raimundo', e dublar personagens icônicos, morreu em sua casa em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Drummond deu voz a desenhos animados que estão na memória da infância de milhões de brasileiros, como Scooby Doo, Alf, 'o ETeimoso', o marinheiro Popeye e o Vingador da 'Caverna do Dragão'. Foi criador de bordões como ‘Peru com mel, de Vila Isabel’ e ‘te dou o maiorrapoio'. Aos 100 anos, ganhou uma biografia escrita pelo jornalista Victor Gagliardo e lançada em 2020. No livro, ele conta como criou a voz de Scooby Doo ao imitar um latido de cachorro que criou para espantar um ladrão de sua casa. Foi casado por 69 anos com Glória, amor de sua vida. Tiveram dois filhos, cinco netos, quatro bisnetos e histórias engraçadas.
Eva Wilma
Atriz premiada e com dezenas de novelas no cúrriculo, Eva morreu em decorrência de um câncer de ovário. Ela iniciou a carreira artística aos 19 anos, no Ballet do IV Centenário de São Paulo, mas abandonou a dança pouco depois, quando recebeu convites para integrar o Teatro de Arena e o programa 'Alô Doçura', da TV Tupi. O seriado ficou dez anos no ar, e a atriz dividia espaço na atração com John Herbert, com quem ficou casada por 21 anos e teve dois filhos, Vivien e John Herbert, conhecido profissionalmente como Johnnie Beat. Ao longo da carreira, Eva estrelou dezenas de novelas como 'Meu Pé de Laranja Lima' (1971) e a primeira versão de 'Mulheres de Areia' (1973), na qual interpretava as gêmeas Ruth e Raquel. Eva também deu vida à vilã Altiva, de 'A Indomada', que rendeu vários prêmios para a atriz. 'Pedra sobre Pedra' (1992), 'O Rei do Gado' (1996) e 'Começar de Novo' (2004) foram outras obras que tiveram a participação de Eva Wilma. Seu último trabalho para a TV foi em 2015, em 'Verdades Secretas', na qual interpretou Dona Fábia, uma alcoólatra, amargurada e aproveitadora, que extorquia o filho Anthony (Reinaldo Gianechini). Eva também foi premiada pelo projeto.
Príncipe Phillip
O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morreu aos 99 anos. O comunicado da realeza britânica informou que o Duque de Edimburgo morreu 'pacificamente no Castelo de Windsor'. A morte do príncipe Philip marcou o fim do casamento mais duradouro da coroa britânica. Foram 73 anos de casados. Antes de se casar com a futura rainha britânica, Philip teve que renunciar à cidadania grega e se naturalizar britânico; abandonou a Igreja Ortodoxa grega e virou anglicano. Ele abriu mão dos títulos da Grécia para ganhar os do Reino Unido - mas seria mais conhecido como 'o marido da rainha'.
Desmond Tutu
Símbolo da luta contra a segregação racial, Tutu ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua oposição não violenta aoo apartheid na África do Sul. Uma década mais tarde, ele testemunhou o fim do regime e presidiu a Comissão da Verdade e da Reconciliação, criada para revelar as atrocidades cometidas durante aqueles dias sombrios. Tutu comandou numerosas marchas e campanhas para acabar com o apartheid nos degraus da entrada da Catedral de São Jorge
Cristiana Lôbo
Especialista na cobertura política, Cristiana Lôbo morreu em decorrência de um mieloma múltiplo. Lôbo tinha mais de 30 anos de carreira. Começou cobrindo a política do estado de Goiás, onde nasceu, até se mudar para Brasília. Contratada pelo jornal 'O Globo', foi setorista do Ministério da Saúde e trabalhou na coluna Panorama Político. Depois de 13 anos no jornal, assumiu a coluna política do jornal 'O Estado de S. Paulo'. A estreia na televisão foi na GloboNews, em março de 1997, quando passou a integrar o time de comentaristas do Jornal das Dez. E marcou presença nos telejornais da casa. Comandou também o programa Fatos e Versões e a coluna Bastidores da Política, no g1. Deixa o marido, Murilo, dois filhos, Gustavo e Bárbara, e dois netos, Antônio e Miguel.
Luis Gustavo
O intérprete dos eternos Mario Fofoca e tio Vavá morreu em decorrência de complicações por conta de um câncer no intestino. Nascido em 1934, em Gotemburgo, na Suécia, de pais espanhóis, ele chegou ao Brasil ainda criança e adotou São Paulo como o lugar para criar suas raízes. Começou a carreira trabalhando durante cinco anos atrás das câmeras, sendo contrarregra, auxiliar de iluminação e cinegrafista. Sua primeira novela foi 'Se o Mar Contasse', de Ivani Ribeiro, na TV Tupi, em 1964. Também na emissora, participou da criação de um marco da telenovela brasileira, ‘Beto Rockfeller’. A estreia dele na Globo foi em 1976, onde fez diversas novelas, como 'Anjo Mau' e 'Duas Vidas', em 1976, 'Te Contei?', em 1978, 'Elas por Elas', em 1982, 'O Salvador da Pátria', em 1989, 'Mico Preto', em 1990, 'O Mapa da Mina', em 1993, 'O Beijo do Vampiro', em 2002, 'Começar de Novo', em 2004, 'O Profeta', em 2006, 'Três Irmãs', em 2008', 'Cama de Gato', em 2009, 'A vida da gente', em 2011, 'Joia Rara', em 2013, e 'Êta Mundo Bom!', em 2016. O ator colecionou diversos papéis de destaque ao longo da carreira, como o costureiro Ariclenes Almeida/Victor Valentin em 'Ti Ti Ti' e Vanderlei Mathias, o Vavá, no programa 'Sai de Baixo', ambos da TV Globo. O personagem mais memorável do ator, no entanto, foi sem sombra de dúvidas o atrapalhado detetive particular Mário Fofoca em ‘Elas por Elas’ também de Cassiano. Depois, Luis Gustavo estrelaria com este mesmo personagem um seriado homônimo e o filme ‘As Aventuras de Mário Fofoca’.
Colunista do jornal 'O Globo' e comentarista da GloboNews, ele também teve passagens por 'Veja' e 'Jornal do Brasil'. Desde 2015, participava da transmissão do Oscar na Globo. Também ficou conhecido no rádio. Na CBN, estreou ao lado de Carlos Heitor Cony como comentarista. Entre os seus livros estão 'Janete Clair: a usineira de sonhos', 'O torcedor acidental (crônicas)' e 'Hebe, a biografia'. Escreveu ainda, junto com Carlos Heitor Cony e Heródoto Barbeiro, 'Liberdade de Expressão'. Xexéo também foi dramaturgo. Escreveu o musical 'A Garota do Biquíni Vermelho' e a peça 'Nós sempre teremos Paris'. Traduziu o espetáculo musical 'Xanadu', dirigido por Miguel Falabella, e 'Love Story, o musical', dirigido por Tadeu Aguiar. Foi responsável também pelos musicais 'Cartola - o mundo é um moinho' e 'Minha Vida Daria Um Bolero'. Em 2019, fez a adaptação do musical 'A cor púrpura'. Um de seus últimos espetáculos escritos foi 'Bibi, uma vida em musical', em homenagem à diva do teatro Bibi Ferreira. Deixou o companheiro, Paulo Severo, com quem foi casado por 30 anos.
Informações adicionais do g1
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