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Luan Pereira rebate crítica por unir sertanejo e funk

'Não estou nem aí, tem que botar para arregaçar', diz o cantor

Da Redação

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Luan Pereira, 19 anos.
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Luan Pereira, 19 anos.
Escrito por Da Redação
Publicado em 11.01.2023, 07:38:03 Editado em 11.01.2023, 07:38:01
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As duas maiores culturas do território musical brasileiro hoje são o romantismo derramado do sertanejo e a ousadia festiva do funk. Aos 19 anos de idade, Luan Pereira derruba essa cerca e sobe nas paradas com um batidão sensual e roceiro.

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Ele tem a voz mais grave a abusada da nova comitiva do "agronejo", um grupo de jovens músicos que juntam modão sertanejo, batida eletrônica e ode à cultura do campo. Luan adapta a linguagem do funk para o interior em hits como "Botadona bruta", "Roça em mim" e "Juliet e Chapelão".

Novo galope

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Os astros milionários do sertanejo atual investem em juras de amor, ciúmes e saudades. Desde o início dos anos 2010, quando baixou a onda de festa puxada por "Ai se eu te pego", de Michel Teló, não se ouvia tantos versos de duplo sentido de um cantor de bota, chapéu e fivelão no cinto.

Luan Pereira chegou cantando que "o peão manja dos macete" e pedindo: "roça em mim, que hoje tu vira o olho galopando gostosinho'". Será que isso gerou uma resistência nos sertanejos de antes, de gente que chega olhando torto para ele?

"Claro que chega. O povo cai matando. Eu não estou nem aí, não. Tem que botar pra arregaçar. Tem gente que gosta, tem gente que fala mal. Daqui a pouco está ouvindo para caramba. O ser humano é assim, de opiniões e momentos", diz Luan Pereira.

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Grave: a voz de Luan Pereira

Luan nasceu em Suzano (SP), mas foi criado pela avó e pela mãe em Rosana, a última cidade do oeste paulista, na tríplice fronteira com o Paraná e com o Mato Grosso do Sul. "A gente foi morar em um sítio e eu matava aula para tirar leite de vaca", ele conta.

Além da pecuária clandestina, o pequeno Luan dizia que queria ser palhaço quando crescesse, e gostava de se vestir de caubói nas festas de família. Mas ele também sabia se comportar: aprendeu a cantar na igreja de Rosana e entrava em todas as atividades culturais do colégio.

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A mãe e o resto da população da cidade ouviam sertanejo sem parar, claro. Luan gostava de Gino & Geno, Matogrosso & Mathias e Rionegro & Solimões. Com eles, aprendeu os temas rurais e o canto de voz grave, que adotou anos depois.

Ele ficou perdido quando a voz começou a mudar na adolescência, ainda mais grossa que a dos amigos, e achou nos velhos ídolos o tom musical cavernoso. Tem gente que estranha e gente que curte, mas é difícil ignorar o novinho que trocou o clichê do agudo sofrido pelo grave ousado.

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Um banquinho, um Instagram

Ele começava a fazer shows de banquinho e violão nos bares de Rosana quando começou a pandemia de Coronavírus. Afastado dos primeiros palcos, o adolescente correu para o celular, nos aplicativos em que o sertanejo é forte, mas o funk e a música eletrônica comandam as dancinhas.

Desde antes do sucesso, Luan é amigo de Ana Castela, que virou a grande estrela do "agronejo" com o hit "Pipoco" em 2022. Os dois começaram a carreira postando vídeos no Instagram e no TikTok. Antes de assinarem contratos, eles já se falavam pelas redes sociais e até compunham juntos.

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'Friendzone' produtiva

Ana já disse ao g1 que conheceu Luan quando ele deu em cima dela no Instagram. Ele confirma: "Eu 'carquei' para cima dela. Fui atirador de elite. Cheguei e apaixonei nela, né? A gente conversou, compôs uma música boa, mas entrou na 'friendzone' (gíria para a paquera que só fica na "zona de amizade")."

"Virou uma amizade sincera, por Deus mesmo, em que eu não vejo maldade. A gente trabalha junto, fofoca junto, cresce junto. Fico muito feliz pelo sucesso dela", ele diz.

A primeira música de Luan Pereira a chegar ao top 10 do streaming no Brasil é "Roça em mim", composta por ele e gravada em parceria com Ana Castela e com Zé Felipe.

A letra e o som redobram o projeto de batidão sertanejo. "Vieram criticar a gente pela junção de coisas de estilos, mas se você for pensar, música é uma coisa só", ele reflete. "Tem uma aceitação incrível, assim como bastante crítica. Tem que ser assim, senão não tem graça."

Com informações: g1

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