De fios brancos para sua personagem, Dora, da novela global das 7, Vai na Fé, Claudia Ohana (60) prova que continua mais jovem do que nunca. Viciada em jogar Pokémon Go no smartphone e com o hábito de andar de patins, jogar frescobol e fazer yoga, a artista está cheia de energia e mais segura de si. Solteira, ela terminou há pouco tempo um namoro que não havia sido divulgado, mas se diz feliz sozinha. “Às vezes, eu pego uma pessoa para dar um brilho na vida”, diverte-se ela, durante conversa exclusiva com CARAS no Solar de Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
A maior mudança trazida pela maturidade? Segundo a estrela, não ter a mesma facilidade de se apaixonar que tinha antes. “Você já não come qualquer coisa, não bebe qualquer vinho e também não pega qualquer pessoa”, avisa ela.
A Dora mora no meio do mato, sem internet. Você conseguiria viver nessa calmaria?
A Dora é o que eu gostaria de ser algum dia. Talvez eu caminhe para isso. Mas ela é muito mais aberta, tem essa coisa de poliamor, isso acho que não vou chegar não. Respeito todas as formas de amor, mas eu gosto dessa coisa a dois. E a Dora é mais radical, ela é vegana, faz cura holística. Eu adoro esse mundo holístico. Agora estou fazendo aromaterapia.
– Dora e Fábio (Zé Carlos Machado) são um casal maduro que mantém a chama do amor acesa. Você sente que as pessoas pensam que, depois de uma certa idade, não existe mais tesão?
– Eu fiz 60 anos e as pessoas me perguntam se ainda faço sexo, se vou me aposentar. Essas são as perguntas quando você faz 60 anos. Como se no dia seguinte você parasse de fazer sexo, você tivesse que se aposentar. É um absurdo isso. Aos 60 eu ando de patins, jogo frescobol quase todo dia, jogo Pokémon Go com meu neto. Eu tenho um lado bem criança e bem adolescente. Como eu não tive adolescência – não pude ter – acho que agora eu me permito ter.
– Os 60 te assustaram?
– Não, eu aceito. Sem crise, juro. Já tenho muitas crises na minha vida. Então, crise de idade eu não tenho desde os 30. Eu acho que 60 é incrível. A gente envelhece, eu aceito bem e espero que o público também aceite, por favor. Porque as pessoas não gostam de ver o outro envelhecer, parece que incomoda. Mas é isso aí, vamos ter rugas, vamos ter cabelo branco. Agora, com a Dora, eu estou de cabelo branco, mas não devo permanecer com ele.
– Está se sentindo bem com você mesma?
– Estou, eu nunca tive peito, eu acho incrível isso! Engordei um pouco, estou perdendo roupas, elas estão apertadas. Eu me preocupo um pouco com os doce, nunca liguei muito e, agora, estou com fissura para comer chocolate.
– Sente–se mais livre?
– Mais livre e com menos medo. Acho que aos 20 anos, se eu tivesse um Instagram, eu jamais iria postar foto de biquíni, porque eu acho um abuso. Agora, postar uma foto de biquíni aos 60 é revolucionário, é empoderamento. É mostrar que sim, eu cuido do meu corpo desde sempre e, às vezes, ele fica lindo com a luz, às vezes, não. Tem fotos que eu fico horrível, aí eu não posto.
– Já pensou em fazer algum procedimento estético?
– Eu tenho medo de fazer cirurgia plástica, tenho medo de procedimentos, tenho medo de mudar meu rosto, de ficar diferente. Não me consome envelhecer.
– Você está bem solteira ou sente falta de ter alguém?
– Sempre fiquei muito bem sozinha, mas eu sinto falta, às vezes. É gostoso namorar, mas é gostoso ficar sozinho também. Outro dia estava pensando em como é bom chegar em casa e não ter DR. Quando tinha apenas 15 anos de idade, comecei a morar junto, então, é muito tempo de D.R. Não tenho idade mais para isso. Eu sinto mais falta de me apaixonar do que de namorar. Eu tenho várias paixões, por várias coisas e, às vezes, pego uma pessoa para dar um brilho na vida. (risos) Mas não é todo dia. Quando eu tinha 15, 20 anos, eu me apaixonava muito fácil, hoje em dia é mais difícil.
– Ficou mais criteriosa?
– Tudo a gente vai ficando criteriosa. Você acha que eu durmo em qualquer cama, que eu como em qualquer lugar? Não é que eu seja fresca e queira camarões. Eu adoro uma rabada, um arroz e um feijão, mas tem que ser bem feito. Você já não come qualquer coisa, não bebe qualquer vinho e não pega qualquer pessoa.
Com informações: Revista Caras
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