No último dia 5 de agosto, Faustão, de 73 anos, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com um quadro de insuficiência cardíaca. Segundo informações divulgadas pelo “G1”, com base em um boletim médico desse domingo, 20, o quadro do apresentador piorou e ele aguarda na fila do SUS por um transplante de coração.
Contudo, esta questão de o apresentador ter que aguardar na fila de transplante levantou uma dúvida: ele tem alguma prioridade? A equipe de reportagem do UOL News conversou com o cardiologista Guilherme Viganó, que explicou quais são os critérios que podem influenciar o lugar do Faustão na fila de espera.
"A fila de transplante é uma fila comum, independentemente se o paciente entrou nela pelo SUS ou pelo convênio. Há critérios bem definidos para determinar quando chegará a vez do paciente. O critério-base é o tempo de fila. Porém, há algumas situações nas quais o paciente não consegue esperar e precisa passar na frente, sempre por gravidade", iniciou o médico.
Ainda segundo o profissional de saúde, a opção de receber um novo órgão só é tomada quando não há mais outra forma de tratamento possível. Inclusive, é isso que Faustão enfrenta.
"O transplante cardíaco é uma terapia substitutiva, quando não há mais possibilidade de um tratamento clínico com medicações surtir efeito e compensar a doença de base do paciente. Quando se define por colocar um paciente na fila do transplante é porque não há possibilidade de tratamento por outras vias. No caso do Fausto, aconteceu exatamente isso".
O cardiologista pontuou que a idade não é um critério para determinar um lugar de um paciente na fila de transplante. Mas um fator que pode contribuir para se ter prioridade na espera é o uso de medicamentos - como divulgado no domingo, o apresentador conta com a necessidade de remédios para ajudar o coração a bombear sangue.
- LEIA MAIS: Internado, Faustão grava vídeo para tranquilizar fãs: 'Ainda não morri'
"A partir do momento em que o paciente que está na fila precisa de medicamentos para fazer o coração bater mais forte, percebemos tratar-se de um caso mais grave. Ele precisa de uma prioridade e passar na frente de outros casos porque não consegue aguardar tanto tempo como outros", destaca.
Ainda segundo o médico, o tipo sanguíneo e a questão da compatibilidade entre o doador e o paciente também interferem no tempo para o transplante. Não há restrição de idade para o doador.
"Precisamos encontrar um coração que dê certo para o tamanho e o tipo sanguíneo de cada paciente. É preciso preencher critérios para ser transplantado. A oferta hoje é muito baixa, principalmente devido à falta de informação e preconceito. Os corações que temos como ideais para transplante são os de mais jovens, que ainda não sofreram consequências de doenças, mas isso não quer dizer que pessoas de idade mais avançada não possam fazer a doação. É sempre analisado caso a caso".
Outro fator é que, embora seja uma fila comum, a região e a distância entre os pacientes também influenciam no tempo de espera.
"Quando a gente pensa em transplante, não é viável que os hospitais recebam um coração vindo de um outro extremo do Brasil. O processo precisa ser muito rápido. Não há tempo para buscar um coração muito longe. Então a fila é comum, mas respeita-se uma certa regionalidade", conclui.
As informações são do UOL News.
Deixe seu comentário sobre: "Faustão pode ter prioridade na fila de transplante? Médico explica"