A Câmara de Curitiba reprovou, nesta terça-feira (11), projeto de lei que concedia o título de Vulto Emérito ao ator Alexandre Nero. A proposta foi apresentada pela vereadora Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) e recebeu 23 votos contrários e apenas sete votos favoráveis, com duas abstenções.
Segundo a Câmara de Curitiba, o Vulto Emérito é a maior honraria a ser concedida pelo Legislativo a uma pessoa nascida na capital do Paraná.
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Segundo a justificativa da vereadora Giorgia Prates, Alexandre Nero seria apto a receber ahomenagem por sua trajetória profissional na área da cultura e por “contribuir ao desenvolvimento do Município de Curitiba na realização de fatos em benefício da comunidade, como a idealização e criação da Associação dos Compositores do Município de Curitiba e da realização de peças teatrais e shows musicais”.
A proposta gerou intensos debates na Câmara, que se estenderam por duas horas. O vereador João Bettega (União) votou contra, argumentando que o ator fez críticas ao “povo de Curitiba”. Bettega citou uma publicação de Nero, que alegava que o fascismo é a “cara da classe média curitibana”. “Alexandre Nero chamou inúmeros curitibanos de fascistas, então acredito que não seja oportuno os senhores desta Casa aprovarem um louvor a um ator que xinga Curitiba”, afirmou o vereador.
Bruno Secco (PMB), Da Costa (União), Delegada Tathiana (União), Guilherme Kilter (Novo) e Andressa Bianchessi (União) foram alguns dos vereadores que apoiaram as falas de Bettega, acrescentando ao debate outras publicações do ator que mostrariam que ele não seria digno à homenagem.
O vereador Angelo Vanhoni (PT) defendeu o artista, argumentando que “o que Alexandre Nero contribui para o conjunto da sociedade são as suas mais de 50 obras”. “O ator tem um belo trabalho como artista e ,por isso, a Câmara de Curitiba pode aprovar a homenagem”, pontuou.
Alexandre Nero ficou famoso ao interpretar Baltazar na novela "Fina estampa". O personagem ganhou repercussão nacional por ser homofóbico e bater em sua esposa, interpretada por Dira Paes. O curitibano também é cantor e compositor. Já acumula cerca de 50 trabalhos em espetáculos de música, cinema, teatro, TV e dança.
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