Em um ato político em Presidente Prudente (SP), neste sábado (31/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não vai aceitar o que chamou de “farsa” eleitoral caso o voto impresso não seja aprovado. A discussão do assunto, que virou bandeira do bolsonarismo, centraliza uma cruzada entre o governo, o Congresso e especialistas em eleição e tecnologia.
Partidos políticos e especialistas são categóricos ao defender a segurança das urnas eletrônicas, mas Bolsonaro tem questionado, desde já, o resultado das eleições de 2022 caso não haja a impressão do voto.
“Não vamos perder essa oportunidade. Nós queremos democracia, liberdade e eleições, mas repito: eleições democráticas, com voto democrático, com contagem pública dos votos. Não aceitaremos uma farsa em qualquer eleição que seja”, disse o presidente após participar de uma motociata na cidade.
“Se nós apresentamos mais uma forma de manter o voto confiável, por que alguns poucos, usando a força do poder, querem que continue sempre tudo como esteve?”, prosseguiu.
A Câmara dos Deputados discute uma proposta de emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Sem votos favoráveis na comissão especial, a votação da PEC foi adiada por aliados de Bolsonaro para depois do recesso parlamentar. Nas últimas semanas, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se reuniu com deputados e senadores de várias siglas para tratar da defesa da urna eletrônica.
Bolsonaro tem o acusado de interferência no Legislativo e disparado uma série de ataques ao ministro, aumentando a tensão entre Executivo e Judiciário.
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