Funcionários de um frigorífico realizaram um protesto na tarde de quarta-feira (26), pedindo a adoção de medidas de proteção contra o coronavírus na empresa onde trabalham, em Rolândia. A ação foi motivada após a morte de dois funcionários da empresa por complicações causadas pela Covid-19, em apenas duas semanas.
A manifestação foi acompanhada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Arapongas, Rolândia e Região (Stiaar), que lançou a campanha "A carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador", em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e com a Confederação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação (Contac) e com a Regional Latinoamericana de la (UITA).
O protesto foi pacífico e respeitou as normas da Organização Mundial da Saúde e ocorreu em frente à JBS de Rolândia. De acordo com o Stiaar, o número de trabalhadores do setor da alimentação diagnosticados com Covid-19 tem aumentado diariamente no país. O ambiente fechado e úmido colabora com a propagação do vírus dentro dos frigoríficos, que passa a ser um local bastante propício para o aumento de casos.
Segundo o sindicato, a frase que conduz a campanha remete à desvalia do trabalhador praticada pelos frigoríficos no Brasil. "Uma denúncia que revela a falta de cuidado com a saúde dos trabalhadores, a resistência das grandes empresas em adotar medidas de proteção à Covid-19, enquanto aumentam consideravelmente seus lucros durante a pandemia. Investem em testagem de carcaças e embalagens, promovem doações de ambulâncias e respiradores, ao mesmo tempo em que assistem passivamente o adoecimento de trabalhadores e suas famílias", diz a nota oficial do Stiaar.
A reportagem tenta contato com o frigorífico.
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