Sempre sorridente nas fotos, é possível perceber o quanto Ivone Aparecida Ferreira, de 58 anos, transmitia alegria e amor pela vida. As palavras de quem a conhecia confirmam isso. “Ela era uma pessoa muito alegre. Independente da situação, mantinha a alegria. Vou guardar isso na lembrança: ela sempre alegre, sempre, sempre”, comenta Bárbara Mendes, sobrinha de Ivone. Técnica de enfermagem atuante na linha de frente do combate ao coronavírus, Ivone é mais uma vítima da covid-19 em Londrina.
A maior preocupação dela era com a família. Sem filhos, Ivone criou os sobrinhos como mãe, com muita dedicação e carinho, sempre disponível para ajudar quem precisasse. Tanta dedicação também acontecia com o trabalho, que era a segunda maior preocupação de Ivone. Atualmente, ela trabalhava no Hospital Zona Norte e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará, unidade exclusiva para atendimentos de casos de coronavírus.
Em razão da pandemia, Ivone estava com uma rotina intensa de trabalho, fazendo turnos seguidos, trabalhando todos os dias. Nem mesmo uma dificuldade recente de saúde a impedia de fazer o que amava. “Ela sofreu um acidente de moto há pouco tempo e, por isso, estava com problemas no joelho. Mas, nem isso fez ela parar”, conta Bárbara.
Por fazer parte dos trabalhadores que deviam tomar vacina na primeira fase, Ivone já havia sido imunizada. Segundo a família, no último dia 20, ela tomou a segunda dose da vacina. Já no dia 23, começou a sentir os primeiros sintomas de covid, o que demonstra que ela foi contaminada no período que a vacina ainda não tinha desenvolvido a imunidade. Primeiro, Ivone ficou no Hospital Zona Sul. De lá, foi encaminhada ao Hospital do Coração, onde foi direto para a UTI. Infelizmente, Ivone não resistiu e veio a óbito nesta quinta-feira (11).
De maneira triste, Ivone se soma aos mais de 770 londrinenses que já perderam a vida por causa da covid-19. São famílias que seguem de luto, aprendendo a lidar com a saudade do ente querido que teve a vida interrompida de maneira tão brutal. Além de triste, essa doença é cruel por tirar a possibilidade de uma despedida digna, de um último adeus. Quantos mais terão que morrer para que entendamos que a prioridade agora é a saúde de todos? Quantos mais terão que pagar com a própria vida pelo descaso de alguns?
Com informações, Tem Londrina
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