O número de pessoas diagnosticadas com HIV cresceu 43,4% na região. Dados da 16ª Regional de Saúde (RS) apontam 109 casos no ano passado contra 76 no ano retrasado. Apucarana é o município com a maior quantidade de pessoas com Aids, sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida. Em 2018, 27 pessoas foram diagnosticadas com o vírus. O número mais que dobrou em 2019, com 60 casos, um aumento de 122,2%. Em Arapongas houve redução de 10,8% no comparativo.
De 2014 a 2019, foram identificados 500 soropositivos na região. Até 18 de fevereiro deste ano, 14 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Já o número de gestantes com HIV caiu de 6 para 2 (66 %) na 16ª RS, no comparativo entre 2018 e 2019. No acumulado de 2014 a 2019, o vírus foi detectado nos exames de 33 mulheres grávidas.
A Aids foi considerada o mal do século XX por ter matado mais de 12 milhões de pessoas desde sua descoberta em 1981 até os anos 2000. De lá para cá, o tratamento avançou muito e hoje os infectados têm tratamento garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com remédios de efeitos colaterais mínimos. E se o tratamento for feito corretamente, sua eficácia para prevenir a transmissão do vírus causador da Aids pode chegar a 99%. Para o chefe da 16ª RS Altimar Carletto, a eficácia no tratamento, de certa forma, fez as pessoas perderem o medo da doença.
“Lá atrás, na década de 80, um diagnóstico positivo era uma sentença de morte. Hoje isso não é mais verdade, a menos que a pessoa abandone o tratamento. Caso contrário, viverá muitos anos e não morrerá por causa da Aids. E a diminuição do medo faz com que as pessoas não se cuidem”, analisa o médico.
De acordo com Carletto, a doença acomete principalmente jovens entre 15 a 35 anos que não vivenciaram a epidemia de Aids dos anos 80. “Estes jovens estão em atividade sexual. É exatamente esta população que não viu o pânico causado por esta síndrome no passado”, afirma.
Diante do crescente número de casos, sobretudo entre os jovens, a ciência trabalha para encontrar a cura definitiva da doença. Em toda a história, existem apenas dois casos de cura, um deles anunciado no ano passado por uma das revistas científicas mais importantes do mundo durante congresso em Seattle, nos Estados Unidos. O paciente passou por um transplante de medula óssea, para curar um câncer no sangue, e acabou curando a Aids também.
“A cura era algo impensável na época que a doença apareceu. Mas hoje, com a evolução da ciência, algum momento vai se encontrar a cura para a Aids”, acredita.
FORMAS DE CONTÁGIO
As formas de contagio do HIV são bem conhecidas. Fazer sexo sem proteção, exposição a sangue ou hemoderivados contaminados, como, por exemplo, uso de seringas ou agulhas infectadas ou transfusão com sangue contaminado, o que é muito raro com os cuidados de hoje em dia. Há também a transmissão de mãe para filho, durante a gestação, parto ou a amamentação. Saliva, lágrima, suor, escarro ou vômito de pessoas infectadas não transmitem HIV. A principal forma de prevenção é usar preservativo em todas as relações sexuais.
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