No Outubro Rosa, o Governo do Estado está reforçando a importância da vacina contra o HPV na prevenção do câncer do colo do útero. A vacina está disponível em mais de 2 mil unidades de saúde de todo o Estado para meninas de 9 a 15 anos incompletos e para meninos de 11 a 15 anos incompletos. A vacina do HPV tem a menor adesão entre os imunizantes ofertados na rede pública de saúde. Na região, segundo levantamento da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, que agrega 17 municípios, a cobertura está em 37,9%, o que significa que mais de 5 mil crianças e adolescentes que poderiam, não foram imunizados.
O relatório, que abrange o período de janeiro a setembro, aponta que da população de 8.098 meninos e meninas que poderiam se imunizar em todas as faixas de idade abrangidas pela vacina, apenas 3.073 procuraram o serviço nos postos de saúde.
“A adesão à campanha de vacinação contra o HPV continua baixa. A população ainda não compreendeu a importância dessa vacina, que vai proteger nossos jovens contra vários tipos de cânceres no futuro, principalmente o câncer de colo do útero, que matou 713 mulheres no Paraná apenas em 2016”, enfatiza o chefe do Centro estadual de Epidemiologia, João Luís Crivellaro.
Para o coordenador do setor de Epidemiologia da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana, Luciano Pereira da Silva, a baixa adesão ao imunizante está relacionada ao excesso de repercussão de incidentes envolvendo a vacina. “Saiu muito na mídia nacional casos de reação à vacina, o que criou alarme desnecessário na população. Mas é preciso ressaltar que nenhum desses supostos casos aconteceu na região e nunca registramos nada do gênero por aqui”, comenta.
Ele destaca que, de outro lado, a procura pela vacina junto ao público ampliado tem sido boa. Por conta da baixa procura e excesso de vacina, o Ministério da Saúde liberou o imunizante para pessoas entre 16 e 29 anos até o dia 30 de novembro. “Fizemos vacinações em universidades e outros trabalhos que surtiram efeito, até por conta do público ser mais informado”, destaca.
Na região, dos 17 municípios da 16ª RS, apenas um, Rio Bom, obteve índice de cobertura superior a 80%, percentual geralmente usado como meta em termo de vacinação. O município imunizou 81% do público-alvo.
A técnica em enfermagem do município, Juscelina Maia de Souza, que atua exclusivamente na vacinação, acredita que o bom desempenho está ligado a um trabalho de busca ativa, que é feito com apoio da tecnologia. “A cidade é pequena, assim a gente lista todas as crianças que devem tomar a vacina e vai acionando os pais das que ainda não tomaram”, comenta. Segundo ela, o chamamento é feito até por grupos de Whatsapp. “Tecnologia é bom para isso também. Mandamos o chamamento para os grupos e a notícia se espalha na cidade”, comenta a vacinadora.
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