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Jovem que perdeu os braços em acidente é exemplo de superação

Com apenas 23 anos, Daniele Amaral é uma sobrevivente. Aos quatro anos de idade, ela perdeu os dois braços em um acidente com maquinário agrícola. Crescer sem os membros superiores exigiu uma série de adaptações e uma luta diária contra preconceitos, o

Da Redação

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Daniele  usa os pés nas mais diferentes tarefas do dia a dia. Foto: Tribuna do Norte
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Daniele usa os pés nas mais diferentes tarefas do dia a dia. Foto: Tribuna do Norte
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2017, 09:50:00 Editado em 01.03.2017, 10:43:19
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Com apenas 23 anos, Daniele Amaral é uma sobrevivente. Aos quatro anos de idade, ela perdeu os dois braços em um acidente com maquinário agrícola. Crescer sem os membros superiores exigiu uma série de adaptações e uma luta diária contra preconceitos, o que não a impediu de aprender a usar os pés nas mais diferentes tarefas do dia a dia – ela escreve, digita, se arruma sozinha e até cozinha para ela e o marido. Moradora do pequeno município de Arapuã, Daniele é formada em Ciências Contábeis e, recentemente, passou a administrar uma empresa de palestras e treinamento, onde conta um pouco da sua história.

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Daniele conta que o acidente aconteceu na localidade de Pau D’Alho do Sul, no município de Assaí, na propriedade da família. O primeiro milagre na vida de Daniele foi chegar com vida ao hospital em Londrina, a aproximadamente 70 quilômetros do local do acidente, já que ela havia perdido muito sangue. 

“Na hora do acidente, meu pai me enrolou em um lençol. Foi o que ajudou a estancar um pouco o sangue. Mesmo assim, fiquei oito dias em coma, mas meus pais não desistiram de mim em momento algum”, relata Daniele, que passou quase dois meses hospitalizada antes de voltar para casa.

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Ela conta que o primeiro aprendizado para trabalhar com os pés aconteceu ainda no hospital, durante os 50 dias que ficou internada. “No hospital eles começaram a me ensinar a desenhar e a escrever. Quando saí de lá já escrevia um pouco com os pés, o que foi importantíssimo. Daí em diante, minha mãe continuou o acompanhamento até eu entrar na escola”, comenta Daniele.

Embora, o processo de reabilitação tenha sido difícil, ela conta que a maior dificuldade foi vencer os preconceitos dos adultos. “Criança não tem preconceito, tem curiosidade. Já com adulto, é diferente. Quando comecei a procurar trabalho, as pessoas me olhavam e, antes mesmo de perguntar se eu conseguia fazer alguma coisa, já me dispensavam com o preconceito que eu era inútil. Eu sentia isso, participei de entrevistas, que a pessoa olhava para mim, olhava para os meus braços, baixava a cabeça, não fazia mais nenhuma pergunta e me descartava daquela vaga”, enfatiza Daniele.

O primeiro emprego de Daniele só foi possível, depois que um irmão montou uma casa de carnes em Ivaiporã, onde ela passou a ser responsável pela parte administrativa. “Depois que me formei, um empresário aqui de Arapuã me convidou para trabalhar na parte administrativa de um supermercado. Fiquei um ano na empresa. Neste tempo, fiz uma pós graduação de gestão administrativa e comecei a observar a importância dos funcionários terem desenvolvimento pessoal”, afirma.

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Foi então que um colega de Daniele comprou um supermercado em Jandaia do Sul e pediu para que ela fizesse uma palestra para que motivasse os funcionários. “O pessoal me recebeu muito bem. Depois da palestra fiquei sabendo que houve melhora muito boa na motivação do pessoal. Desde então, decidi que deveria investir nessa área”, relata Daniele.

No ano passado, ela saiu do emprego e montou sua empresa. “E venho trabalhando com isso. Graças a Deus estamos tendo uma boa receptividade e nesse início do ano fiz várias palestras para educadores do Vale do Ivaí que iriam iniciar o ano letivo”, expõe Daniele.

Para Daniele contar seus traumas e desafios para ajudar as pessoas é muito gratificante. “Sempre quando termino as palestras, as pessoas me procuram para dizer como foi bom ouvir minha história. Mais do que para elas que estão ouvindo, para mim é muito gratificante. Porque eu consegui transformar um episódio que poderia ser traumático em algo que mudou a minha vida. Eu tive problemas sim e poderia ter desistido e acredito que seria compreensível, porque eu tenho uma limitação física. Só que escolhi tentar e fazer. Escolhi superar cada obstáculo, cada desafio”, enfatiza Daniele.

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Jovem é homenageada em mural 
A história de vida de Daniele chamou atenção do funcionário de Furnas, fotógrafo e artista plástico Rafael Tetho Anunciação, que pintou uma imagem de Daniele Amaral com asas, no mural do colégio Idália Rocha, em Ivaiporã. 

“Sei que muitos encontrarão significados ao observarem esse mural, e eu poderia dizer muitas coisas, mas se me perguntarem o porquê, eu direi apenas: Porque eu gosto de reproduzir a beleza que inspira liberdade, e ela é maravilhosa”, enfatiza Anunciação.

Daniele diz que ficou muito feliz e emocionada com a homenagem. “A gente vê muitos artistas e fotógrafos que buscam retratar uma perfeição. Ele me procurou sabendo da minha deficiência e quis retratar isso no mural. Mas, não como sendo algo penoso, algo dramático. Ele me retratou com asas, mostrando para as pessoas que apesar da limitação eu tenho toda a possibilidade do mundo. Fiquei encantada”, completa Daniele.

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