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Em 15 anos, feijão perde 75% da área plantada em região do Paraná

A extensão destinada ao plantio das três safras anuais de feijão na região de Ivaiporã, na região do Vale do Ivaí (Norte do Paraná) a cada ano vem perdendo espaço para soja. Nos últimos 15 anos, a área plantada de feijão encolheu 75 %. Conforme relatório

Da Redação

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O agricultor Antônio Marcos Richen, de Manoel Ribas, que neste ano plantou 30 alqueires de feijão (das águas), iniciou a colheita na segunda quinzena de dezembro e só conseguiu encerrar ontem - Foto: Ivan Maldonado
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O agricultor Antônio Marcos Richen, de Manoel Ribas, que neste ano plantou 30 alqueires de feijão (das águas), iniciou a colheita na segunda quinzena de dezembro e só conseguiu encerrar ontem - Foto: Ivan Maldonado
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.01.2016, 12:00:00 Editado em 27.04.2020, 19:53:50
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A extensão destinada ao plantio das três safras anuais de feijão na região de Ivaiporã, na região do Vale do Ivaí (Norte do Paraná) a cada ano vem perdendo espaço para soja. Nos últimos 15 anos, a área plantada de feijão encolheu 75 %. Conforme relatório do escritório regional do Departamento de Economia Rural (Deral), até 2001 nos 22 municípios da regional eram dedicados ao produto 73,4 mil hectares. Na safra 2014/2015, foram apenas 18,5 mil hectares.

Para o engenheiro agrônomo do Deral Randolfo Oliveira o custo de produção elevado, instabilidade nos preços e o mercado restrito contribuíram para esse cenário. “Teve uma época em que o preço desestimulou muito os produtores”. Oliveira cita o biênio 2013/2014, que desde a primeira safra (feijão das águas), colhida em janeiro, os preços já estavam reduzidos em torno de R$ 60 e foram caindo. Na safra do feijão das secas sequer havia negócios no mercado. “Teve produtor que tentou vender feijão carioca a R$ 30 a saca, mesmo assim não encontrou comprador”, diz.

Ainda segundo Oliveira, por outro lado, a cultura da soja ganhou preço, virou moda, recebeu estímulo, marketing e tecnologia. “Por pior que seja o preço de mercado da soja dificilmente o produtor perde dinheiro com essa cultura. Já o feijão oscila demais e essa variação quebra muitos produtores”. Além disso, o feijão tem pouco tempo de comercialização, no máximo três meses. “Já que com esse tempo de armazenamento começa a perder a qualidade. A soja logo depois da colheita já pode ser vendida para industrialização e para exportação”, explica Oliveira.

COLHEITA - Com menor oferta de feijão no mercado nacional, o preço subiu e na tarde de ontem estava cotado em Ivaiporã, a R$ 180 a saca de 60 quilos. Mas mesmo assim, muitos produtores estão tendo prejuízos por conta do excesso de chuvas das últimas semanas.

“Quem colheu antes do natal não teve quebra na produção e está vendendo o feijão em média a R$ 180 a saca. Já as lavouras onde houve o atraso na colheita, em alguns casos, o acumulo de chuvas provocou grãos ardidos ou brotados e perda na qualidade. O que consequentemente vai gerar uma renda menor ao produtor" explica o cerealista Marcos Vicente Raizama.


Chuva reduz qualidade e preço do produto

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O agricultor Antônio Marcos Richen, de Manoel Ribas, que neste ano plantou 30 alqueires de feijão (das águas), iniciou a colheita na segunda quinzena de dezembro e só conseguiu encerrar ontem. O grão colhido antes do Natal em 25 alqueires foi vendido vendeu a R$ 135 a saca de 60 quilos. “Já havia pegado muita chuva e perdeu muito a qualidade”.

Pior foi o produto que ficou para ser colhido nos 5 alqueires restantes, que o produtor só consegui vender por R$ 50 a saca. “Esse (feijão) ficou na roça 21 dias debaixo de chuva. Na verdade, só foi colhido porque precisava limpar a área para plantar soja senão nem compensava colher. O prejuízo nessa área é de pelo menos uns R$ 2,5 mil por alqueire”, comenta Richen.

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