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Centros especializados tratam 250 vítimas de abuso na região

A violência contra a criança e ao adolescente, independente da forma como é praticada, gera um grande trauma, que sem o acompanhamento necessário, dificilmente será superado. Dados dos Centros de Referência Especializados em Assistência Social (Creas),

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.05.2015, 11:18:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:49
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A violência contra a criança e ao adolescente, independente da forma como é praticada, gera um grande trauma, que sem o acompanhamento necessário, dificilmente será superado. Dados dos Centros de Referência Especializados em Assistência Social (Creas), de Apucarana, Arapongas e Ivaiporã, revelam que atualmente, 250 vítimas dos mais variados abusos, sobretudo violência sexual, estão em tratamento nos três maiores municípios da região (veja no gráfico). O índice, que compreende crianças, adolescentes e familiares, denuncia a extensão da violência contra menores e mostra a importância da manutenção das redes de acolhimento.

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A cobertura maior foi constatada em Arapongas, com atendimento de 144 pessoas, entre crianças e adolescentes, recebendo acompanhamento psicológico. A gerente da proteção social especial, Márcia Bispo Barca, considera o número muito elevado, mas por outro lado, destaca que o acréscimo foi influenciado pelo aumento das denúncias da população, possibilitando a identificação das vítimas e encaminhamento para o centro de apoio. “Tenho certeza que o número de vítimas é bem maior do que o divulgado. Muitas ainda têm medo de denunciar”, afirma.

O trabalho de identificação das vítimas envolve uma parceria importante entre entidades de apoio e instituições de ensino, gerando uma forte corrente de denúncia. “As escolas fortalecem as queixas porque, geralmente, as crianças têm medo de contar para os pais, e acabam se abrindo com seus professores”, complementa. 

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ACOMPANHAMENTO

O serviço de acolhimento consiste em várias etapas cruciais para a recuperação das vítimas. O primeiro passo é identificar o tipo de violência que pode abranger a negligência, abuso psicológico, físico e sexual.

A psicóloga do serviço de proteção à criança e ao adolescente de Apucarana, Nayara Rodrigues Palogan, explica que o primeiro contato é realizado na casa da vítima.  “Uma equipe faz a visita para conhecer a família e identificar o perfil social e depois iniciamos o acompanhamento no Creas”, explica.

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A duração do tratamento depende da gravidade do abuso e da resposta que a vítima dá no decorrer da terapia, explica a psicóloga. “Existem casos que estão sendo acompanhados há mais de 4 anos”, conta.

Contudo, a psicóloga afirma que as situações mais delicadas e que exigem mais tempo de acompanhamento são as que envolvem violência sexual. “Quando a vítima é criança, existe um certo receio em falar sobre o assunto. Neste caso, trabalho com materiais lúdicos e pedagógicos para evitar que o tratamento traga o sofrimento novamente. E mesmo os adolescentes que já tem uma maior compreensão sobre a situação existe uma dificuldade em falar sobre a violência e vão contando devagar”, conta a psicóloga.

Os profissionais responsáveis pelo tratamento também atendem os familiares das vítimas, que também são afetados pelo trauma.

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Na tarde de ontem a Secretaria da Assistência Social entregou cinco brinquedotecas destinadas a crianças e adolescentes, como parte da programação da Semana Nacional de Combate à Exploração e Violência Sexual contra Criança de Apucarana.

“A atividade desenvolvida com esse material facilitará o desenvolvimento cognitivo, intelectual e afetivo das crianças e adolescentes, além de trabalhar o lúdico de forma concreta. O material ainda é um atrativo para que as crianças se sintam protegidas e seguras nos atendimentos direcionados ao fortalecimento de vínculos afetivos e familiares”, explica a secretária da Assistência Social, Márcia Regina de Sousa.

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INQUÉRITOS POR ESTUPRO

Dados da Delegacia da Mulher de Apucarana, apontam que, só este ano, 18 inquéritos foram instaurados, pelo crime de estupro de vulnerável. O índice representa 81,8% dos 22 procedimentos de todo o ano passado. Também neste ano, foram abertos dois inquéritos para investigar casos de aliciamento de menores e armazenamento de pornografia infantil em computadores.

Ao acompanhar casos de violência sexual, a delegada Iane Cardoso Nascimento, pode definir o perfil dos criminosos. De acordo com ela, geralmente são pessoas da família ou que fazem parte do convívio da vítima.

“São crimes que tão logo o responsável tomar conhecimento deve comunicar a autoridade policial. É imprescindível evitar fazer perguntas para a criança, para não comprometer a investigação e evitar de entrar em contato e atrito com o suspeito para evitar fuga”, orienta a delegada.

Conforme a delegada, a pena varia de 8 a 15 anos de prisão.

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