A paralisação de médicos credenciados a planos de saúde prevista para hoje (7) deve marcar o Dia Mundial da Saúde na região. Em Apucarana, segundo a associação médica do município, 80% dos 130 profissionais da área vão aderir ao manifesto de 24 horas, de âmbito nacional. O objetivo é reivindicar o reajuste dos honorários pagos pelas operadoras de saúde à categoria.
“Hoje, existe uma defasagem de quase 100% em relação ao que é pago por consulta aos médicos. Desde 2003, a Agência Nacional de Saúde autorizou que os planos tivessem aumento de 150%, mas, desde então, nada foi repassado aos profissionais”, explica o presidente da Associação Médica de Apucarana, Elton Guerios.
Conforme ele, em Apucarana, o valor repassado pelos planos de saúde aos médicos gira em torno de R$ 40, bem abaixo dos R$ 90 preconizados. A diferença, segundo Guerios, já tem efeito na qualidade de vida dos médicos. “Essa paralisação não é gratuita. Queremos mostrar como o que as operadoras nos pagam é insuficiente e que os médicos vêm trabalhando demais. Se não formos atendidos, uma paralisação mais longa pode ocorrer”, salienta.
Ontem, médicos da cidade alertavam pacientes sobre a suspensão no atendimento de quinta-feira, antecipando ou transferindo para outras datas consultas ou procedimentos eletivos. Com as clínicas fechadas, apenas situações de emergência e urgência serão atendidas, fora dos convênios de saúde. Neste caso, as consultas serão feitas no Hospital da Providência.
O diretor do Conselho Regional de Medicina (CRM), em Apucarana, Hélio Shindy Kissina, assinala que também deve haver adesão à mobilização em cidades com maior movimentação de consultas, como Jandaia do Sul, Ivaiporã e Arapongas. “Ainda não há como prever os impactos desta paralisação na região, mas, a princípio, os médicos vão participar, sem algum ato específico”, diz.
Ele observa que, na região, a categoria é menos dependente de operadoras de saúde como em Curitiba “Mesmo assim, em Ivaiporã, a mobilização por melhores honorários teve início há algumas semanas, quando os médicos se descredenciaram junto às operadoras”, pontua Kissina, ao destacar ainda que, em municípios como Arapongas, a expectativa é que médicos também busquem por melhorias no SUS.
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