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Oásis amplia preservação em Apucarana

Fruto de uma iniciativa ousada e até então inédita no Paraná, o projeto Oásis, da Prefeitura de Apucarana, completa nesta semana um ano de pagamentos por serviços ambientais no município. De 64 produtores rurais já beneficiados por proteger nascentes,

Da Redação

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 Nascente do Pirapó em imóvel no centro de Apucarana conserva água limpa
Icone Camera Foto por Sérgio Rodrigo
Nascente do Pirapó em imóvel no centro de Apucarana conserva água limpa
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.01.2011, 06:13:00 Editado em 27.04.2020, 20:52:01
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Fruto de uma iniciativa ousada e até então inédita no Paraná, o projeto Oásis, da Prefeitura de Apucarana, completa nesta semana um ano de pagamentos por serviços ambientais no município. De 64 produtores rurais já beneficiados por proteger nascentes, matas ciliares e reservas legais em suas terras, na Bacia do Pirapó, o projeto passará a contemplar também em 2011 nascentes na Bacia do Tibagi, que abastece a região de Londrina.

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O pagamento pelos serviços dos novos produtores cadastrados no Oásis acontece hoje, às 10 horas, no salão nobre da prefeitura. Ao todo, estão envolvidos 24 proprietários com nascentes na Bacia do Pirapó e 45 na do Tibagi. Os valores, individualmente, devem variar de R$ 99 a R$ 562 por mês durante quatro anos, sendo o período prorrogável por até outros quatro. O montante destinado ao primeiro lote de 2011 corresponde a R$ 23.783,06, sendo R$11.945,36 para os produtores da Bacia do Rio Pirapó que aderiram ao projeto em 2010. O dinheiro utilizado vem do Fundo Municipal do Meio Ambiente, que recebe mensalmente 1% do valor arrecadado pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

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Desde o início do projeto, mais de R$ 150 mil foram destinados aos produtores rurais. A área natural preservada soma 800 hectares e 235 nascentes.


Para o coordenador do projeto Oásis junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Sematur), Satio Kayukawa, a iniciativa vem sendo muito bem aceita pelos produtores. “Eles estão nos surpreendendo, zelando por suas áreas de preservação. Hoje, em algumas propriedades, árvores já ultrapassam os três metros de altura e rios que antes secavam, não têm mais o esgotamento total”, afirma.


Com os resultados positivos, Kayukawa aponta que já existe a expectativa de estadualizar a proposta. “O que é bom precisa ser compartilhado. A preservação do meio ambiente é uma responsabilidade global”, defende.

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A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza tem apoiado a proposta, conferindo ao Oásis novos valores a serem repassados aos produtores, graças à inclusão de variáveis técnicas no projeto.

Benefício se torna
fonte de renda extra

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Para os agricultores de Apucarana que aderiram ao projeto Oásis, a iniciativa tem proporcionado uma compensação pela manutenção das áreas de preservação em suas propriedades. Na prática, a remuneração concedida pela Prefeitura se torna uma fonte de renda a mais para estes proprietários, que acabam inutilizando parte de suas terras. “Antigamente, tínhamos que deixar de usar essas áreas e não ganhávamos nada por isso. Agora, temos essa ajuda”, define o produtor rural Massayossi Suguiura. Dos 28 alqueires da propriedade rural dele, na Bacia do Tibagi, 11 não podem ser usados para cultivo. Com nove minas, Suguiura estima que deverá começar a receber do projeto neste ano em torno de R$ 600. Já o agricultor Paulo Fenato teve de deixar 3,5 mil pés de café para cumprir o que o projeto Oásis exige. Em troca, recebe R$ 562 mensais e preserva sete minas em sua propriedade. “De 16 alqueires, 20% foram averbados. Mas, o projeto é bom, já que o que se perde de um lado pode ser recuperado de outro”, analisa. A.L.

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Iniciativa deve ser levada a outras regiões


O presidente do Sindicato Rural Patronal de Apucarana, Jorge Nishikawa, avalia que o projeto Oásis vem contribuindo para uma mudança de postura da sociedade em relação à proteção das nascentes. “Os produtores rurais eram vistos como vilões, hoje são parceiros. Agora, eles estão recebendo ajuda para preservar estas áreas”, diz.


Ele também pontua que a adesão à iniciativa poderia ser ainda maior se não fosse a indefinição quanto ao Código Florestal. “Mas, o mais importante é que fomos os primeiros a pagar por serviços ambientais. O ideal é que o projeto seja adotado em outras regiões”, destaca.


Levar o Oásis para outros estados também integra as expectativas da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, parceira do projeto. “O resultado não está ligado apenas à preservação das nascentes, mas aos produtores, que estão satisfeitos. O objetivo é estender o projeto para outras regiões onde há demanda”, completa o analista de projetos da fundação, Carlos Krieck. l A.L.

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