Quem desce a Rua Itupava sentido ao Passeio Público vai se surpreender com uma pichação. Mas ao contrário das pichações promovidas por vândalos, essa causa muito mais indignação. Na parede de um edifício está a suástica nazista com o número 88. O oitenta e oito é usado como representação da saudação nazista Heil Hitler. A letra H é a oitava do alfabeto, portanto o duplo H é a simbologia da saudação ao líder alemão.
Pior que fazer uma homenagem a Hitler, a pichação mostra que os grupos neonazistas em Curitiba continuam ativos, e vez ou outra resolvem “mostrar a cara”, nem que por meio de um símbolo pichado. “Esses grupos estão ai. São células que se comunicam entre si. Infelizmente são mais fequentes de São Paulo aos estados do Sul do País”, diz Marcos Koren, responsável pela comunicação da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A PF no Paraná, não por acaso, encaminhou em novembro ao Ministério Público Federal um inquérito contra um jovem acusado de divulgar símbolos e cartazes com propaganda nazista em Curitiba. Mais uma prova de como a ações destas células ou grupos continua bem vivas na Capital.
Mas estas atividades não se resumem a encontros de grupos pela internet ou distribuição de cartazes ou pichações nas ruas. Curitiba, com certa frequencia, tem registro de violência cometidas por estes grupos. A última que pode ser atribuida a grupos neonazistas aconteceu em setembro do ano passado, quando um jovem foi morto no São Francisco supostamente atacado por um grupo skinhead de orientação neonazista.
Em março de 2009, um estudante também foi atacado no Alto da 15. Aproximadamente dez homens de cabelos raspados, vestidos com suspensórios e botas atacaram o estudante de Ciências Sociais, que sofreu fraturas no maxilar. Esse grupo também foi denunciado como neonazista.
Em maio do mesmo ano, um casal foi assassinado na Grande Curitiba. Na época, as investigações apontavam que eles participavam de uma festa com outros grupos que pregam a supremacia branca. Por diferença de opinião acabaram mortos. “Como já teve caso de morte, temos que estar atentos a estes sinais que vez ou outra voltam a aparecer em Curitiba”, diz Koren.
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