O plenário da Câmara de Apucarana lotou ontem na primeira audiência pública para discutir a instalação de uma penitenciária no município, conforme exige a Lei Municipal 210/2010. Apesar da expectativa e das regras estipuladas pelo Legislativo para o debate, o Executivo não apresentou em sua explanação inicial as áreas onde o complexo pode ser implantado na cidade ou a quantidade de vagas que a estrutura terá. Um protesto de estudantes do lado de fora da Casa deixou o clima tenso no início dos trabalhos.
O prefeito João Carlos de Oliveira (PMDB) argumentou que as áreas devem ser discutidas e definidas apenas depois da aprovação da instalação do projeto pelas audiências públicas. Das perguntas elencadas previamente pela Câmara, o prefeito respondeu poucas. Afirmou que o terreno deverá ter 40 mil metros quadrados e ser afastado da cidade. Sobre o tipo de unidade e número de vagas, ele alegou que esses dados devem ser discutidos em conjunto com técnicos da Secretaria de Justiça. O prefeito defendeu, entretanto, a implantação da unidade prisional no município. A falta de posicionamento do Executivo gerou polêmica.
O advogado João Michelin, que era um dos debatedores contrários à penitenciária, junto com o bancário Ayrton Cassapula, abandonou a audiência alegando que não havia sentido discutir o projeto sem informações detalhadas.
Os promotores criminais Valter Yuyama e Sérgio Salomão falaram a favor do projeto. Uma segunda audiência pública será realizada em 9 de dezembro.
PROTESTO - Cerca de 100 acadêmicos da Faculdade Apucarana Cidade Educação (Faced) fizeram um protesto na frente da Câmara durante a audiência. Eles foram informados ontem à noite da suspensão do vestibular e temem pelo andamento da faculdade. Os estudantes também protestaram contra o presídio em Apucarana. “Não tem justificativa ter verbas para trazer penitenciária e não ter dinheiro para manter uma universidade”, afirmou o acadêmico Rogério Sagaty, do curso de Pedagogia.
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