Os funcionários da Produtos Alimentícios Arapongas S/A (Prodasa) deflagraram ontem uma greve na porta da empresa. A paralisação, que segue por tempo indeterminado, segundo a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos no Estado do Paraná, teve início após a recusa do reajuste salarial ofertado pelos empregadores.
“Os trabalhadores que não têm piso, a maioria na empresa, querem pelo menos 10% de reajuste na database de setembro. A Prodasa, no entanto, ofereceu 8% agora e 2% picados em março e maio do ano que vem”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos no Estado do Paraná, Ernane Garcia.
Ele explica que, inicialmente, a empresa havia aponta um aumento de 8% e cesta básica de R$ 50 passando a valer R$ 80. A proposta foi rejeitada pela categoria antes da entrada no primeiro turno de produção da Prodasa. “Eles votaram por aclamação e decidiram não trabalhar. De 800 pessoas, apenas 16 ficaram no setor de carregamento”, salienta o sindicalista.
Com o impasse, a cesta básica dos trabalhadores ficou em R$ 70 e houve acerto apenas em relação ao salário inicial, elevado de R$ 536,80 para R$ 613,80, e ao piso de efetivação, de R$ 627,00 para R$ 701,80, o equivalente a 11,4% de reajuste.
“Vamos ficar parados enquanto não houver acordo. Em outras regiões, como em Cianorte, também houve greve na semana passada. Resolvida essa situação, vamos negociar com outras empresas da cidade”, diz Ernani, ao lembrar que Apucarana sedia amanhã uma assembleia com trabalhadores do setor alimentício. “O movimento está ganhando todo o Paraná”.
O porta-voz da Prodasa, o encarregado de Marketing Cleber Vorussi, informa que a empresa está aberta às negociações com a categoria e que chegou a oferecer mais que os 4,29% de inflação.
“A Fiep pediu 7% e isso foi prontamente atendido. Mas, muitas empresas não aceitaram isso. O que não entendemos é porque essa manifestação aconteceu justamente na Prodasa”, diz.
VAL segue em negociação
Os trabalhadores da Viação Apucarana Ltda. (VAL) seguem em negociação no município. De acordo com o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos (Sincvrapp), Laudecir Pitta, a categoria se reuniu no final de semana e decidiu rejeitar a proposta oferecida pela empresa.
“Teremos que fazer uma nova reunião com a VAL sobre as reivindicações”, antecipa. O encontro, conforme ele, deve acontecer nos próximos dias. “Não descartamos entrar em greve, mas isso é só em último caso”, salienta.
Motoristas e cobradores da VAL pedem 14% de reajuste. A empresa já sinalizou 4,3% de aumento e cesta básica de R$ 80. Em contrapartida, os cobradores foram convidados a integrar o quadro de motoristas da VAL. A proposta, segundo o sindicalista, também estaria ligada à intenção de implantar catracas eletrônicas.
“Eles ofereceram a eles essa oportunidade de ganhar mais. Mesmo assim, existe uma lei municipal que exige que os ônibus tenham tripulação mínima de duas pessoas. De qualquer forma, queremos estabilidade para os trabalhadores, caso haja alguma mudança”, sustenta Pitta. l A.L.
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