Nem Química, nem Física. A área de conhecimento que mais precisa de professores hoje na região é uma disciplina que quase todo aluno gosta: Artes. Do universo de cerca de 2 mil professores da área de abrangência do Núcleo Regional de Educação (NRE), o órgão estima que os graduados nessa área não passem de 80, fazendo da disciplina uma boa opção para quem quer ingressar no magistério.
“Em Apucarana não há 10”, estima a coordenadora de Recursos Humanos do NRE, Míriam Carvalho Fernandes. Segundo ela, a falta de profissionais nessa área é crônica. “Nos PSS (processo seletivo simplificado) nunca há muitos inscritos nessa área”, afirma.
Para a coordenadora do Núcleo de Artes do NRE, Alessandra Rizzo, uma série de fatores explicam a falta de professores de artes. A começar pela menor oferta do curso de licenciatura em artes em relação a outras matérias como Português e História, por exemplo. Na região, os cursos mais próximos são ofertados em Londrina e Maringá. Depois, segundo ela, há uma questão fortemente cultural envolvendo a área.
“Por puro preconceito, muitos homens resistem em fazer o curso, preferindo lecionar outras disciplinas”, comenta ela.
Outro ponto que pesa na escolha dos profissionais, acredita ela, é a falta de informação a respeito da matéria. “Muita gente pensa, inclusive os alunos, que é preciso ter um dom para se enveredar por esse caminho, o que não é verdade”, acredita.
Com dom ou não, a afinidade com uma ou outra forma de arte é que leva os professores para esse caminho. É o caso da professora Natalie Araújo, que sempre foi apaixonada pelo desenho. “Era e ainda é minha paixão”, afirma.Hoje, com 5 anos de sala de aula, ela afirma que tenta desmistificar as ideias relacionadas à disciplina como, por exemplo, que a aula é fácil e que não tem muita importância na grade.
“Ao invés de optar apenas pelos trabalhos manuais, parto para a história da arte, para trazer aos alunos uma nova visão da arte”, comenta a professora.
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