Uma fonte sustentável de proteína e com mercado promissor, o grão-de-bico pode se tornar mais uma alternativa viável e rentável para produtores rurais no Vale do Ivaí. De olho nesse potencial, na semana passada, a engenheira agrônoma Estela Guisi Bagio Zanetti, de Ivaiporã, colheu em área experimental a primeira safra da leguminosa orgânica.
Satisfeita com o resultado, a agrônoma garante novo plantio na safra 2020/2021, que vai acontecer em outubro. “Foi um teste e acredito que é uma cultura muito promissora para nossa região, nosso solo é excelente, o clima também. Uma nova oportunidade de ganho e rentabilidade para o agricultor. Fizemos o cultivo no sistema orgânico, sem nenhum agrotóxicos, sem incidência de pragas e o resultado foi muito bom ”.
Segundo Estela, a cultura exige pouca água, se adapta muito bem quando encontra períodos de chuva no início da plantação e resiste à seca na hora da colheita. “A condução da cultura é bem semelhante a soja”, relata.
Estela explica ainda que a leguminosa é de fácil manejo, tornando seu plantio de baixo custo para o produtor. Em média na região a produção pode chegar a 30 sacas de 60 quilos por hectare. Além disso, o valor comercial pode chegar ao dobro de outras leguminosas, como por exemplo, o feijão.
“Por ser engenheira agrônoma e produtora em pequena área, busquei uma cultura com maior rentabilidade. Pesquisei e vi que o grão de bico a R$ 10,00 o quilo tem diferença muito grande a outras leguminosas, com possibilidade de um ganho maior”, disse a agrônoma. A experiência foi realizada em área de um hectare.
A produtora que já produz hortaliças e cogumelos shimeji comestíveis diz que a comercialização será venda direta aos consumidores. “Como a minha produção não é grande a comercialização é para um grupo de consumidores que consomem orgânicos, para redes de supermercados aqui da cidade, e parceiros que trabalham em feira agroecológica em Londrina”.
Ainda segundo a agrônoma, o mercado interno brasileiro é bastante favorável ao plantio do grão-de-bico. Até o ano passado, o Brasil importou uma média anual de 8 milhões de toneladas da leguminosa, cujo consumo anual não passa de 40 gramas/ano por habitantes. “O que pode ser melhorado, já que a cada ano vemos aumentar vários segmentos da população procurando por alimentação mais saudável que podem contribuir para o aumento do consumo do grão-de-bico”.
Motivos para consumir grão-de-bico
É uma leguminosa com importantes qualidades culinárias e nutritivas, sendo rico em proteínas, sais minerais e vitaminas do complexo B. É pobre em água e gorduras, e está isento de colesterol.
O grão-de-bico estimula o funcionamento dos intestinos; cada 100g de grão-de-bico contém 6g de fibras. Tendo em sua maioria fibras solúveis, ajudam o organismo a eliminar açúcares, gorduras e colesterol;
Contém cálcio, ferro, magnésio e minerais que desempenham funções importantes no organismo. Estudos apontam a relevância na prevenção de doenças cardiovasculares, assim como no tratamento de vários tipos de anemia.
A leguminosa possui ainda uma grande quantidade de triptofano, utilizado para produzir serotonina, responsável pela ativação dos centros cerebrais que dão sensação de bem-estar, satisfação e confiança. (Fonte: https://vapza.com.br/)
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