Uma das principais alternativas para agricultores familiares e produtores rurais no Vale do Ivaí para aumentar a renda com a atividade tem sido a industrialização dos alimentos. Esse foi o caso de Neuza Aparecida e Dorly Hinselmann, de Ivaiporã, que há mais de 20 anos voltou toda a produção de leite da propriedade para produção de queijo frescal caseiro.
Há seis meses, para atender as exigências de mercado, o agronegócio familiar foi regularizado e formalizado, através do Projeto Agroindústrias, do Governo do Estado, podendo agora ampliar ainda mais a produção e vendas do queijo artesanal.
O médico veterinário da Emater, Carlos Eduardo dos Santos, responsável pelo programa da regional de Ivaiporã relata que a propriedade foi a primeira a ser regular no Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
“O casal estava com dificuldades nos grandes supermercados da cidade e por isso queria regularizar. Foram feitas as recomendações para que se construísse uma nova sala para fabricação, que passassem a pasteurizar o leite para fazer o queijo e arrumassem um responsável técnico. Feito isso, foi feita toda a documentação, e agora regularizado, eles podem vender o queijo com nota de produtor e atender o mercado de Ivaiporã e de outras cidades”, disse Santos.
Sergio Carlos Empinotti, agrônomo do escritório regional do Departamento de Economia Rural (Deral), explica que com a transformação do leite em queijo, o produtor agrega ao litro de leite um lucro líquido de 50%. “Hoje os laticínio pagam em torno de R$ 1,20 o litro de leite. Com a fabricação do queijo artesanal, mesmo descontando todas as despesas, alimentação do gado, assistência técnica, mão de obra, o produtor consegue pelo menos mais R$ 0,60 por litro”.
Hinselmann, que tem uma produção média mensal de 600 quilos de queijos artesanais por mês, destaca a importância da industrialização do leite. “É um dinheiro que entra toda a semana. Outra vantagem é no aspecto econômico. Se tivesse que vender o leite cru não compensaria ficar na atividade”. Com relação a formalização da empresa, Hinselmann salienta que o produto ficou mais valorizado. “É a garantia de que produzimos um queijo de qualidade”.
A esposa Neuza Aparecida disse que a produção do queijo artesanal ajudou a promover a sustentabilidade financeira da família, que tem três filhos. “Quando começamos eu e meu marido queríamos uma renda extra para ajudar nas despesas da casa e para criar nossos meninos, graças a Deus deu resultado. As despesas do dia a dia da casa é tudo pago com o dinheiro do queijo”, ressalta Neuza.
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