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Avicultura decola no norte do Paraná

Nos últimos anos, as propriedades rurais da região do Vale do Ivaí, no norte do Paraná, foram invadidas por aviários que, em pouco tempo, transformaram o panorama da produção agrícola nestes municípios. Hoje, a avicultura desponta como uma das principais

Da Redação

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Avicultura decola no norte do Paraná
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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.04.2019, 11:07:00 Editado em 09.04.2019, 11:48:23
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Nos últimos anos, as propriedades rurais da região do Vale do Ivaí, no norte do Paraná, foram invadidas por aviários que, em pouco tempo, transformaram o panorama da produção agrícola nestes municípios. Hoje, a avicultura desponta como uma das principais atividades econômicas da região, perdendo apenas para a soja em geração de riqueza. Várias características fazem com que estas 27 cidades formem um dos principais polos do setor em todo o Paraná.

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O Valor Bruto de Produção (VBP) é um índice que soma toda a riqueza produzida nos municípios através da agricultura. O documento referente a 2017 aponta que o VBP de toda a região foi de quase R$ 3,32 bilhões. Deste total, 30,1% é referente ao cultivo de soja, o que equivale a cerca de R$ 1 bilhão. Já 23,2%, ou pouco mais de R$ 771 milhões, vem da avicultura.

A importância da criação de aves para a região fica clara nos números do setor. Dos 27 municípios da região, 17 têm a avicultura de corte entre as três principais atividades agrícolas. Em oito deles, a avicultura de corte fica em primeiro lugar no VBP. Em seis, é o segundo lugar no índice e, em outros três, a atividade fica na terceira colocação.

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Apucarana é a cidade com maior valor gerado pela avicultura de corte na região: foram quase R$ 117,7 milhões em 2017. A cidade conta com um 3 milhões de aves alojadas e produção de mais de 15,5 mil toneladas ao longo do ano.

Avicultura decola no norte do Paraná
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Ciclo de criação leva em torno de 60 dias | Foto: Delair Garcia

Ciclo de criação

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Wilson Massambani é avicultor no município. A cada 60 dias, o aviário da propriedade dele recebe 26 mil pintinhos, que depois de 45 dias são recolhidos pela empresa responsável pelos abates. Depois de 15 dias de preparo, o aviário recebe novas aves, reiniciando o ciclo.

“A criação de frangos tem crescido muito na região. Estamos muito próximos de grandes empresas e abatedouros, o que torna a atividade perfeita do ponto de vista logístico. Para o produtor, é uma vantagem imensa. O aviário não ocupa muito espaço e, com isso, não há disputa com outras culturas. É possível plantar o que quiser e ter um aviário, tudo na mesma propriedade”, diz.

Ele destaca ainda que o substrato resultante de cada ciclo, a chamada ‘cama de aviário’, pode ser usada como adubo para as plantações. “Outra vantagem é que, a cada 60 dias, o agricultor recebe uma quantia. É diferente da soja, por exemplo, que demora seis meses entre plantio e colheita. Com as aves, o fluxo de caixa fica mais dinâmico, além de diversificar a produção”.

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Ovos de codorna

Apucarana se destaca ainda na produção de ovos de codorna. Foram mais de 106,4 milhões de unidades produzidas, com valor gerado de mais de R$ 6,6 milhões. A avicultura da cidade é completada pela produção de ovos de galinha, que gerou R$ 134 mil através da produção de 648 mil unidades. Toda a avicultura da cidade movimenta quase R$ 124,5 milhões, o que equivale a 42,3% de todo o VBP do município (R$ 294,3 milhões).

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Avicultura decola no norte do Paraná
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Arapongas de destaca na produção de ovos | Foto: Tribuna do Norte

Arapongas é a cidade onde a avicultura ocupa o maior percentual em relação ao VBP total. Em 2017, o município gerou R$ 347 milhões no campo, sendo 52,5%, ou R$ 182 milhões, derivado da avicultura. Com um rebanho de 1,8 milhões de cabeças, o município produziu cerca de 11 mil toneladas de carne de ave, gerando mais de R$ 92,6 milhões.

Além da avicultura de corte, a cidade é a maior produtora de ovos de galinha do Paraná. Em 2017, os 422,6 milhões de ovos geraram R$ 87,3 milhões. Já os ovos de codorna renderam R$ 2 milhões, através de 33 milhões de unidades. Os principais aviários de galinhas poedeiras existem no município há pelo menos cinco décadas, mas souberam se modernizar e hoje têm boa parte das linhas de produção automatizadas.

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Potencial em crescimento

“A avicultura tem enorme potencial na região por uma série de fatores. Um dele é geográfico: temos vários abatedouros em cidades próximas, o que facilita o transporte e diminui custos. Também há a própria vocação da região, que tem uma predominância de propriedades de porte menor. Como os aviários não ocupam muito espaço, são uma opção excelente. O Paraná é o líder em frangos de corte no país e a região de Apucarana é um dos maiores polos do setor no estado”, afirma Mário Bezerra Guimarães, chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB).

Segundo ele, há uma importância fundamental no avanço da criação de aves na região. “A avicultura eleva a produção rural e gera renda para as pessoas do campo. Isso tem reflexos não apenas econômicos como também sociais, contribuindo para a redução do êxodo rural e também dando empregos dignos a esta população”, ressalta.

Avicultura decola no norte do Paraná
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Cama de aviário serve ainda para adubar lavoura de soja, principal produção da região | Foto: Tribuna do Norte

Modernidade

Hoje, os aviários da região contam com o que há de mais moderno em termos de criação. Praticamente todos contam com climatizadores, que mantém a temperatura amena e umidade controlada para os animais. Além disso, boa parte das estruturas é automatizada, com a liberação de ração em períodos específicos e monitoramento 24 horas. Tudo isso eleva consideravelmente a eficiência, fazendo com que as perdas animais sejam próximas a zero, com lucros cada vez maiores.

Outro município que se destaca na avicultura é Jandaia do Sul. A cidade produziu, em 2017, R$ 67 milhões, o equivalente a 45,2% do VBP total, que foi de R$ 148,3 milhões. O número de aves é de 1,4 milhão de cabeças, com produção de 8,6 mil toneladas. Em Novo Itacolomi, um dos municípios pioneiros na implantação das granjas, a produção foi de 8,1 mil toneladas. São 1,3 milhão de aves alojadas que renderam R$ 60,4 milhões, ou 51,6% do VBP total, de R$ 117,1 milhões.

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