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Café perdeu 75% área plantada na região de Ivaiporã nas últimas duas décadas

Um levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da regional de Ivaiporã ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) mostra que 75% da área plantada com cafezais  na região foram erradicadas. Em 1997, a região

Da Redação

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Café perdeu 75% área plantada na região de Ivaiporã nas últimas duas décadas
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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.10.2017, 08:25:00 Editado em 30.10.2017, 08:33:06
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Um levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da regional de Ivaiporã ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) mostra que 75% da área plantada com cafezais  na região foram erradicadas. Em 1997, a região tinha área plantada de 15.065 hectares, em 2007 a área já tinha sido reduzida para 10.340 ha. Porém, a redução foi maior nos últimos 10 anos com o avanço do plantio da soja, atualmente apenas 3.328 ha. são dedicados ao plantio do café na regional. No entant, em alguns, municípios como Grandes Rios e Ivaiporã, algumas medidas vêm sendo tomada para a revitalização da cafeicultura.

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De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, o processo teve início em 1975, com as geadas que atingiram de maneira desastrosa, os pequenos e médios produtores. Na época a região tinha aproximadamente 80 mil hectares de área plantada. “Na década de 90 o Governo do Estado com alguns programas de incentivo a cafeicultura e criação das Vilas Rurais conseguiu segurar o processo de erradicação. Porém a partir do ‘boom’ da soja em 2001 e 2002 a erradicação se agravou”.

Para Empinotti, apesar das dificuldades provocadas pelas geadas, da mão-de obra mais cara e falta de investimentos na cafeicultura, o café é ainda um ótimo negócio. “Mesmo, num cafezal sem muitos investimentos o produtor colhe 25 sacas por hectare. A grosso modo, significa aproximadamente R$ 30 mil por ano bruto, para a manutenção o produtor gasta em torno de 6 mil e ainda sobra R$ 24 mil, e dá para plantar mais alguma lavoura intercalada com o café para o sustento da família. Já na soja com dois alqueires, o produtor não planta e vai ter que arrendar. Caso arrende um alqueire vai receber no máximo 60 sacas, o que equivale hoje a R$ 3.2 mil por ano”, argumenta Empinotti.

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Atualmente metade dos cafezais produzidos na região se encontra no município de Grandes Rios com área de 1,7 mil hectares, que se traduz numa média de 65% da riqueza local com 41% da população ligada diretamente a atividade cafeeira. “Deste de 2010 através da Emater, os produtores estão investindo em tecnologia e na renovação dos cafezais. Com isso, a cada ano vem aumentando a produtividade, e melhorando a qualidade do produto” assinala Empinotti.

Na regional, além de Grandes Rios, a cultura de café também é encontrada em menor escala nos municípios de Ivaiporã, Jardim Alegre, Lidianópolis e Lunardelli.

Mudas de café

Em Ivaiporã para estimular a cafeicultura foi criado um programa municipal que distribui gratuitamente mudas de café aos produtores que querem renovar o cafezal.O viveiro construído em 2012 no campus do IFPR com produção anual de 100 mil mudas, recentemente foi transferido para o distrito do Jacutinga, região maior produtora de café no município, o veiro também foi ampliado e irá produzir 110 mil mudas por ano. A prefeitura constrói outro viveiro de mudas de café na Vila Nova Porã,  no antigo IBC com capacidade de produção de mais 110 mil mudas.

Segundo o secretário de agricultura Adir Salla, só para atender os produtores que estão no setor, a demanda atual é de 500 mil mudas. “Por enquanto estamos  fornecendo mudas para os produtores que são tradicionais. Naturalmente, em dois ou três anos já teremos atendido a demanda desse pessoal. Aí sim, poderemos atender também outros agricultores que queiram entrar no setor”.

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Para participar do programa, os cerca de 32 produtores recebem treinamento e acompanhamento técnico da Emater e de técnicos da prefeitura. Como forma de pagamento, os agricultores darão um dia de trabalho nos viveiros a cada mil mudas recebidas, auxiliando no trabalho de produção das mudas.
 

 Investimentos

O vice-presidente da Associação da Agricultura Familiar de Jacutinga, Celso Aparecido Gomes está otimista com o revigoramento do café na região. Ele relata que por falta de assistência técnica muitas pessoas deixaram de investir no setor estão voltando a investir.

“A gente não tinha assistência, chegava na roça abria o buraco deixava a muda ali e pronto. Nos últimos 25 anos, eu  mesmo andei plantando mais de 100 mil mudas e não conseguia formar. Depois que a Emater formou um grupo (há três anos) aqui da associação e passou a dar assistência já estamos vendo a diferença”, comenta Celso.

Gomes cita, três mil pés de café replantando com tecnologia na propriedade dele, em área menor que um hectare. “Deu duas floradas ali que é de se entusiasmar. Pelo que vimos estou acreditando que em um alqueire com plantio dessas novas mudas e dentro da tecnologia certa, dá para colher por volta de 80 a 100 sacas. Para o pequeno, não tem outra coisa melhor que o café”, enfatiza Celso.

 O agrônomo do Deral elogia as ações que estão sendo tomadas em Ivaiporã para a revitalização da cafeicultura. “Com os incentivos que o Município está dando aos produtores e a assistência da Emater, entendo que a cultura do café será revigorada em Ivaiporã. Quem sabe no futuro não voltaremos a figurar dentre os principais produtores de café do estado”, completa Empinotti.

 Replantio

 Valdecir Grassato, agricultor na região de Jacutinga é um dos produtores que está sendo beneficiado pelo programa da prefeitura de Ivaiporã. Ele relata que recentemente renovou metade dos dois alqueires da área de um cafezal de mais de 30 anos na localidade de Severiano. Porém, pretende ampliar o cafezal para mais quatro alqueires em outra propriedade, na localidade de Santa Luzia que é ocupada pelo plantio de soja.

“Na época arrancamos porque não estava compensando. A mão de obra era muito cara e quase não sobrava nada. Agora com meus filhos já maiores, que estão me ajudando vai ficar mais fácil tocar seis alqueires de café. Outra vantagem hoje, é que as mudas que estão sendo plantadas são resistentes ao frio e ao nematoide, que também foi um dos motivos que arranquei o café”, assinala Grassato.

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